Recife registra morte de feto e de recém-nascido infectados por chikungunya
28/07/2016 15h20
De acordo com a secretária executiva de Vigilância em Saúde do Recife, Cristiane Penaforte, a mãe do feto vitimado pela chikungunya apresentou os sintomas no último trimestre da gestação. O óbito intrauterino foi diagnosticado na 38ª semana de gravidez, três dias após o início dos sintomas relatados pela gestante, que incluíam dores articulares e manchas espalhadas pelo corpo. A mulher, que teve a identidade preservada, é moradora do bairro do Arruda, na zona norte, e foi atendida em um hospital da rede privada. Ainda de acordo com a secretaria, o feto era do sexo masculino e não apresentava nenhum sinal de malformação.
O bebê recém-nascido também era do sexo masculino, tinha 15 dias de vida e morava com a família no bairro da Estância, na zona oeste. Ele morreu no início de março, quatro dias após apresentar os primeiros sintomas da chikungunya. A Secretaria de Saúde do Recife investiga ainda a morte de um segundo recém-nascido, ocorrida no bairro da Campina do Barreto, na zona norte. O menino, com um mês e oito dias, faleceu em abril com sintomas da doença. Os exames laboratoriais devem ser concluídos na próxima semana.
Especialistas se mostraram preocupados com a notícia. "Essas confirmações trazem uma luz para algumas dúvidas e podem nos ajudar a compreender um pouco mais sobre essa doença. É importante que as pessoas não entrem em pânico, especialmente as gestantes e as famílias com bebês recém-nascidos.
Precaução continua sendo a palavra chave. Todos nós que atuamos na frente contras as arboviroses temos de nos debruçar sobre cada nova informação para tirar dali ações positivas para o cuidado com nossos pacientes", disse o infectologista Fernando Lima, do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, um dos centros de referência no tratamento das arboviroses.
"Esta é uma doença nova para todo mundo e, diante disso, estamos nos mantendo em alerta enquanto estudamos a doença. Por isso, é preciso que as gestantes e a população em geral continuem com o repelente, usem roupas que cubram mais o corpo e evitem locais com muito mosquito", orientou Cristiane Penaforte, secretária executiva de Vigilância em Saúde do Recife.