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Em SP, residentes iniciam paralisação contra atraso em reajuste de bolsa

10/11/2016 20h02

São Paulo - Médicos residentes que atuam no Estado de São Paulo iniciaram uma greve nesta quinta-feira, 10, para solicitar o repasse do reajuste de 11,9% previsto por portaria interministerial em março deste ano. A greve foi decidida no último dia 3 em assembleia e recebeu o apoio dos 13 mil residentes que em atividade no Estado, mas ainda registra baixa adesão. A Secretaria de Estado da Saúde informou que não há registros de paralisação nos hospitais.

Segundo a Associação de Médicos Residentes do Estado de São Paulo (Ameresp), o balanço preliminar indica que 300 residentes do Hospital de Clínicas da Unicamp já aderiram à greve. Informou também que há adesão no Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamsp), Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia e Hospital Padre Bento de Guarulhos.

Os residentes cobram da gestão estadual o pagamento dos valores do reajuste da bolsa que eles recebem pelos serviços prestados em hospitais do Estado.

"Cada serviço de saúde está se organizando para aceitar ou não a paralisação. Tem uma recomendação para se aguardar 72 horas após a entrega do aviso (de paralisação) para as Comissões de Residência Médica. Esse prazo é para o serviço se organizar. Alguns residentes já fizeram caminhadas hoje e informaram os motivos da paralisação para a população", explica Janaína Bulhões Miranda, diretora da Ameresp.

Adesão

Dos 13 mil residentes, 6.600 estão sendo atingidos pelo atraso do repasse do reajuste, segundo Janaína. Ela afirma que nem todos os profissionais devem aderir à mobilização. "Não temos a pretensão de atingir todo mundo, porque entendemos que esse é um momento muito crítico na formação e é preciso fazer todos os sacrifícios para ser um médico melhor."

Na semana passada, a Secretaria Estadual da Saúde informou que estava em negociação com os Ministérios da Saúde e da Educação para realizar o repasse. Em nota, a pasta informou que não registrou paralisações em suas unidades e que "se houver, não deverá afetar o funcionamento das unidades, uma vez que o atendimento prestado pelos residentes sempre é supervisionado por um médico".