Senadores do PSDB pressionam Temer por economia, mas negam "fritar" Meirelles
Um grupo de senadores vai levar na próxima semana ao presidente Michel Temer propostas para a retomada do crescimento econômico, segundo antecipou ao Broadcast, serviço de notícia em tempo real do Grupo Estado, o senador José Aníbal (PSDB-SP). Uma primeira conversa com o presidente ocorreu na última quinta-feira (1), quando os senadores manifestaram preocupação com a reação "escassa" da economia.
Segundo Aníbal, a equipe do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, está fazendo um trabalho muito eficiente em relação ao ajuste fiscal, mas é preciso adotar medidas adicionais.
"Tivemos uma conversa positiva com presidente. Ninguém foi lá falar mal do Meirelles", afirmou. "Não acho que a equipe econômica está demorando. Ela está assoberbada com desafios do dia a dia", disse ele, que tem conversado sobre as medidas com secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida. Para Aníbal, o que mais preocupa é o desemprego que está crescendo.
O senador tucano rechaçou a avaliação de que o presidente Temer buscaria uma aproximação com Arminio Fraga, economista ligado ao PSDB e ex-presidente do Banco Central, para "fritar" o ministro Meirelles. "É fantasia esse patamar em que estão colocando (o fato de) chamar o Arminio. O presidente é suficientemente cauteloso para não ficar... ainda mais num contexto como se fosse para 'fritar' o ministro da Fazenda. Imagina se o Michel Temer, que é um apaziguador e busca convergência, ia fazer uma atitude dessa", considerou.
Segundo o senador, o PSDB entende que a atual equipe econômica foi constituída numa situação de iminência de o país quebrar. "Num momento ou outro, a gente pode discordar de alguma coisa. (Para) enfrentar uma crise do tamanho da atual, tem de ter pluralismo nas conversas." Além de Aníbal, integram o grupo os senadores tucanos Tasso Jereissati (CE) e Ricardo Ferraço (ES), Cristovam Buarque (PPS-DF) e Armando Monteiro (PTB-PE).
Os tucanos foram ao presidente pedir para fazer parte da formulação de políticas para estimular a economia. Afirmaram que "monetarismo" não vai tirar o país da crise e deram a entender que gostariam de ficar com o Ministério do Planejamento. Por outro lado, as críticas de que Meirelles só está focado no ajuste fiscal têm contribuído para o enfraquecimento do ministro. "Permitir aos tucanos entrarem com esse questionamento é, de fato, enfraquecer Meirelles", disse uma fonte.
Para dar um sinal de força ao ministro, Temer teria resolvido efetivar no cargo o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, que está interino no cargo desde quando o senador Romero Jucá (PMDB-RR) se viu obrigado a deixar o ministério, em maio deste ano.
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