Topo

Oito países da América Latina investigam Odebrecht por pagamento de propina

A sede da Odebrecht, em São Paulo Imagem: Zanone Fraissat/Folhapress

De São Paulo

24/12/2016 08h15

Após a divulgação dos documentos do Departamento de Justiça dos Estados Unidos sobre o pagamento de propina da Odebrecht a autoridades internacionais, países da América Latina anunciaram a abertura de investigações sobre contratos assinados pela empresa com seus governos.

México, Peru, Equador, Argentina, Colômbia, Guatemala, República Dominicana e Panamá se manifestaram sobre o caso.

Na quarta-feira (21), o órgão norte-americano apontou que a Odebrecht pagou cerca de US$ 788 milhões (R$ 2,6 bilhões) em propina em 11 países, além do Brasil, para conquistar e manter contratos com o poder público. Os pagamentos foram feitos pelo Setor de Operações Estruturadas, conhecido como departamento da propina da empresa.

O México anunciou, em nota divulgada pela Secretaria de Função Pública, que vai acompanhar os desdobramentos das denúncias de corrupção envolvendo a atuação da Odebrecht e da Braskem no país e se comprometeu com a investigação dos atos contrários à ética no setor público. De acordo com os investigadores norte-americanos, entre 2010 e 2014, a Odebrecht pagou US$ 10,5 milhões em propina para autoridades do governo mexicano, para obter contratos de obras públicas.

Na Argentina, o órgão responsável pelo combate à corrupção disse ter entrado em contato com autoridades brasileiras sobre o assunto. Parlamentares cobraram a investigação dos pagamentos de propina, que teriam ocorrido durante o governo da ex-presidente Cristina Kirchner.

O governo da Colômbia divulgou nota afirmando que identificou o servidor público acusado de receber US$ 6,5 milhões em propina, em 2009 e 2010, que seria "um funcionário do alto escalão" da gestão do ex-presidente Álvaro Uribe.

De acordo com os documentos norte-americanos, a Odebrecht teria pagado a autoridades da Colômbia US$ 11 milhões em propina entre 2009 e 2014, período que abrange parte do governo Uribe (2002-2010) e o de seu sucessor, o atual presidente, Juan Manuel Santos.

Na sexta-feira (23), o senador Álvaro Uribe questionou Santos em redes sociais sobre "a verdade" dos subornos da Odebrecht e uma reunião que ocorreu em abril de 2015 com os diretores da empreiteira no Panamá e o atual presidente na Cúpula das Américas. Para o governo colombiano, as declarações de Uribe foram feitas de maneira tendenciosa e o encontro foi "absolutamente normal". 

No Peru, o presidente Pedro Pablo Kuczynski negou ter recebido dinheiro enquanto era primeiro-ministro e disse apoiar as investigações sobre a denúncia de propina paga pela Odebrecht ao país, de 2005 a 2014.

A Guatemala informou que vai solicitar uma colaboração dos Estados Unidos para que o Ministério Público entre no caso. O Panamá também indicou que vai enviar investigadores aos Estados Unidos para buscar informações. O governo da República Dominicana, por meio do ministro José Ramón Peralta, indicou disposição em colaborar com eventuais investigações sobre propinas. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Oito países da América Latina investigam Odebrecht por pagamento de propina - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade


Últimas notícias