MST fala em tragédia anunciada e pede fim da impunidade
Segundo a nota, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) apontou a região como uma das mais violentas do Brasil. "Essa onda de violência integra um avanço do modelo capitalista sobre os direitos dos trabalhadores, sobre a apropriação dos recursos naturais, terra, minerais e água. Avanço este potencializado pelo golpe que o Brasil está vivendo, e por projetos de lei como a PEC 215 que dispõem sobre as terras indígenas e quilombolas, a MP 759 que dispõe sobre a reforma agrária, e o PL 4059 sobre a compra de terras por estrangeiros, além de outros projetos e medidas provisórias que não são criados no sentido de resolver os problemas no campo, mas para aumentar a concentração fundiária".
Ainda segundo a nota, nada está sendo encaminhado no sentido de impedir essas novas tragédias e "a repetição de outras que marcam o mês de abril, como Eldorado dos Carajás, que dia 17 completou 21 anos de impunidade" - em abril de 1996, dezenove sem-terra foram mortos em ação da Polícia Militar nesse município paraense. "Não podemos nos calar diante de tão grande dor; que nossa indignação alcance os responsáveis diretos e indiretos por este massacre, e que este não seja mais um caso de impunidade. Que o Estado não seja novamente conivente com os assassinos. A cada companheiro tombado, nenhum minuto de silêncio, mas toda uma vida de luta", conclui o MST.
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