Após reunião, bancada do PMDB decide manter Renan na liderança do Senado
Cotado para substituir Renan, o senador Raimundo Lira (PMDB-PB) disse que o senador concordou em não falar mais sobre as reformas trabalhista e previdenciária como líder. Nestes casos, avaliados como "temas de discordância", os vice-líderes do PMDB vão se pronunciar: Kátia Abreu (TO), aliada de Renan, e Valdir Raupp (RO). "Os vice-líderes estão aí para falar pela bancada quando Renan não concordar", explicou Lira.
Segundo um dos aliados de Renan, Hélio José (PMDB-DF), não houve votação durante a reunião, como estava previsto, e a decisão pela permanência foi consensual. "Se a posição da maioria for a favor da reforma trabalhista, por exemplo, Renan não vai de manifestar", declarou Hélio.
Aproximação
Às vésperas da reunião da bancada que poderia retirá-lo da liderança do PMDB do Senado, Renan distribuiu afagos a Michel Temer e à bancada do partido. Em discurso na tribuna da Casa, ontem, o alagoano poupou o governo de suas críticas recorrentes e preferiu cumprimentar o presidente.
"Cumprimento o presidente Michel Temer pela nomeação de um ministro da Justiça digno do nome, que pode exercer nesse momento difícil papel de interlocução na vida nacional", afirmou em referência a recente nomeação de Torquato Jardim para a pasta da Justiça.
Renan também agradeceu a visita de Michel Temer ao seu Estado. "Agradeço ao presidente da República por sua ida a Alagoas num momento em que os alagoanos se desesperavam com a enchente. Acredito que a significativa visita terá um desdobramento satisfatório para corrigir injustiças contra o povo alagoano", disse.
Hoje, em mais um gesto de aproximação com o governo, o líder do PMDB disse que a maior "demonstração do seu bom senso" com relação ao presidente Temer foi não criticar a indicação do ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio para o Ministério da Transparência ontem. Serraglio acabou recusando o cargo nesta terça.
Há cerca de três meses, Renan já havia criticado a escolha de Serraglio para a pasta da Justiça, por considerar que ele é um dos aliados do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba. Segundo ele, Cunha chantageava o presidente Temer. "Em que outra circunstância o Osmar seria ministro da Justiça?", questionou o alagoano na época.
Apesar de buscar aproximação com o Planalto, Renan continua atuando nos bastidores ao lado da oposição contra a reforma trabalhista no Senado. Mais cedo, ele esteve na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), onde o relator Ricardo Ferraço (PSDB-ES) realizava a leitura do seu parecer, para contar os votos contrários ao projeto.
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