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Aliados de Lula acreditam que decisão de Moro será reformada na 2ª instância

Rafael Moraes Moura e Renan Truffi

Brasília

12/07/2017 18h00

Aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acreditam que a segunda instância irá reverter a decisão tomada nesta quarta-feira, 12, pelo juiz federal Sérgio Moro, que condenou o petista a nove anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A condenação de Moro é a primeira imposta ao ex-presidente na Operação Lava Jato.

"Eu acho que é uma decisão abusiva, porque ele (Moro) condenou sem provas. Ele condenou pela capa dos autos, não pelo conteúdo dos autos", disse à reportagem o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP).

Para Teixeira, Moro é um juiz "parcial" que condenou por "razões políticas". "É uma tentativa de retirar o Lula da próxima eleição. Moro perdeu totalmente a imparcialidade, diminuindo assim o seu papel como juiz", criticou o petista. "Mas acho que a decisão vai ser reformada em segunda instância", ressaltou.

Para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), o ex-presidente é alvo de perseguição política e o objetivo da decisão de Moro é tentar transformar Lula em "cidadão inelegível".

"A possibilidade de ele (Lula) voltar a ser presidente do País amedronta muitos segmentos da política brasileira, o que é lamentável, porque Lula foi um presidente do Brasil, dos brasileiros e de todos, não há razão para essa perseguição, não há razão para essa tentativa de inviabilizá-lo", comentou a senadora.

Vanessa afirmou estar "esperançosa" numa derrubada da decisão de Moro na segunda instância. A senadora lembrou que, no mês passado, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, derrubou uma sentença de Moro e absolveu o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto de 15 anos e quatro meses de prisão em condenação na Operação Lava Jato. "Não há nenhum elemento nem indicativo de um apartamento que nunca foi dele. Estou confiante no juiz de segunda instância", disse Grazziotin.

Indignação

Em nota divulgada à imprensa, o PCdoB manifestou sua "firme indignação" com a decisão de Moro e pediu que a sociedade brasileira se mobilize para que Lula seja inocentado em outras instâncias.

"O PCdoB manifesta a sua firme indignação com a decisão proferida pelo juiz Sérgio Moro, solidariza-se com Lula, sua família e seu partido, e conclama todos os democratas, independente de suas posições políticas ou ideológicas, a se mobilizarem para que o Estado democrático de direito seja garantido e o presidente seja inocentado nas próximas instâncias recursais", afirma a nota, assinada pela presidente nacional do partido, deputada federal Luciana Santos (PE).

COLABORARAM BERNARDO GONZAGA E MARIANA MACHADO, ESPECIAIS PARA AE