Base de Doria critica empréstimo de R$ 1 bilhão para recapeamento
Bruno Ribeiro, enviado especial*
Pequim
24/07/2017 12h19
"A Câmara e o Tribunal de Contas do Município (TCM) não aceitarão recapeamento como investimento social jamais", disse Police. "São dois os motivos óbvios. Recapeamento não é investimento, é custeio, manutenção de vias públicas. Segundo, as vias públicas são implementadas pela Secretaria de Obras, não pelas Secretarias de Saúde, Educação nem Desenvolvimento Social."
Police disse "até imaginar a pressão que os seguidores das mídias sociais fazem", mas que misturar um serviço de manutenção com investimentos não seria algo aceitável.
O vereador afirmou ainda que essa não era a prioridade expressa pelo prefeito ao elaborar a lei que criou o Fundo Municipal de Desestatização.
Grupo dos 17
Police é um dos principais articuladores do chamado bloco dos 17, grupo de parlamentares que faz parte da base de Doria, mas que, desde o fim do primeiro semestre, passou a votar sem alinhamento garantido com o governo. Essa "rebelião" acabou por atrasar a votação de projetos de lei do prefeito ligadas à desestatização - plano que
Doria foi apresentar a investidores chineses nesta semana.
Em Pequim, o prefeito rebateu. "O asfalto da cidade é uma questão essencial e de interesse social. Estimamos que o asfalto ruim traga um aumento de 10 a 15 minutos nas viagens de ônibus. Atrapalha ambulâncias, bombeiros, polícia", afirmou. "Oito milhões de pessoas usam transporte público na cidade e merecem melhor qualidade."
Doria disse ainda que seu plano é um grande projeto de recapeamento, com tecnologias mais modernas e maior controle de qualidade e que não o vê como um serviço de manutenção. "O último plano de recapeamento foi feito há mais de 12 anos", disse.
*O repórter viajou a convite do governo chinês