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Forças Armadas atuarão contra crime organizado e milícias no Rio, diz Jungmann

ALESSANDRO BUZAS/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: ALESSANDRO BUZAS/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

No Rio

29/07/2017 16h22Atualizada em 29/07/2017 18h31

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, sobrevoou neste sábado (29) os pontos em que as Forças Armadas estão patrulhando as ruas do Rio. Segundo ele, a próxima etapa da operação priorizará reduzir a capacidade operacional do crime.

O plano é chegar a "centros de comando e controle, fluxos de arma e drogas", com foco no crime organizado, inclusive as milícias, grupos clandestinos formados por policiais e bombeiros, que também atuam em favelas do Rio.

Jungmann participou de um encontro foi para discutir o segundo dia da Operação "O Rio Quer Segurança e Paz", que mobiliza 8,5 mil militares em ações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Estado do Rio. Ele confirmou que a preparação da segunda fase já está em curso. Mas data e local de início serão mantidas em segredo. Jungmann reafirmou que não haverá ocupação de comunidades..

O ministro fez um sobrevoo de uma hora e dez minutos sobre os pontos em que os militares estão atuando. Ele passou de helicóptero pelo Centro da cidade, onde atuam fuzileiros navais da Marinha, pelo Arco Metropolitano, rodovia que liga as principais vias de acesso ao Rio, onde atua a 9ª Brigada do Exército, por São Gonçalo e Niterói, cidades vizinhas à capital, onde atua a artilharia divisionária da 1ª Divisão do Exército e pela Linha vermelha e Avenida Brasil, onde estão militares da Brigada Paraquedista do Exército.

Neste sábado, as Forças Armadas voltaram a patrulhar as ruas da região metropolitana do Rio. Os militares ocupam também a orla da zona sul do Rio, mas também pontos estratégicos das zonas norte e oeste, como os bairros de Guadalupe e Deodoro. No Aterro do Flamengo, que liga a zona sul ao centro da cidade, militares andavam fortemente armados pela ciclovia. A patrulha tinha apoio de pelo menos um caminhão e dois tanques do Exército ao longo do parque.

O ministro disse que "só a inteligência permite golpear o crime organizado". "Não vamos antecipar aos adversários informação alguma. Posso dizer que essa primeira etapa (com mais patrulhamento) será curta e essa ostensividade (presença dos militares nas ruas) vai se retrair", afirmou Jungmann.

A desocupação das ruas, admitiu, pode trazer alguma frustração à população, mas o importante é atacar a capacidade do crime agir e criar uma sensação de segurança que não seja passageira. "Nossa lógica não é a da ostensividade, mas golpear o crime organizado", destacou.

Nos primeiros dias da Operação o Rio quer Segurança e Paz o foco foi o reconhecimento de áreas. O comandante da operação, general Mauro Sinott, explicou que as polícias civil e militar estão atuando de maneira conjunta com as forças armadas nesse trabalho, para criar um planejamento integrado. "Reconhecer significa obtenção de dados. Entender que acessos que tenho a um determinado local para uma operação futura, buscar informações de nível tático", explicou.

O deslocamento das tropas foi autorizado por decreto do presidente Michel Temer, publicado em edição extraordinária do Diário Oficial da União nesta sexta-feira (28). A previsão é de que os soldados fiquem no Rio até o fim do ano que vem.

Os militares se juntam ao grupo de agentes federais já destacados para ajudar na segurança no Estado: 620 agentes da Força Nacional de Segurança e 1.120 da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Eles atuarão em conjunto com outros agentes de segurança pública federal, estadual e municipal.

O decreto que autoriza a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) determina que operação seja realizada até 31 de dezembro deste ano, mas deve ser prorrogada no começo de 2018.