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Na CPMI da JBS, Ricardo Saud diz que permanecerá em silêncio

Renan Truffi e Breno Pires

Brasília

31/10/2017 11h48

Com o acordo de delação premiada suspenso, por decisão do Supremo Tribunal Federal, o executivo da JBS Ricardo Saud decidiu que vai se negar a responder qualquer questionamento feito pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS. Saud compareceu à sessão da CPMI nesta terça-feira, 31, mas argumentou que somente voltará a colaborar com Justiça quando seus direitos forem restabelecidos.

"Eu queria, não frustrando vossas excelências, lembrar que a suspensão do meu acordo de delação premiada está cautelado e vou permanecer calado seguindo meu direito constitucional. Tão pronto sejam restabelecidos meus direitos, eu voltarei a colaborar com a Justiça", afirmou Saud aos parlamentares.

Diante da negativa, senadores e deputados tentaram convencer Saud a falar em sessão fechada, sem a presença da imprensa. Mas Saud repetiu a justificativa. "Eu não me escondo. Quando minhas premissas forem restabelecidas, eu quero falar e muito", afirmou o executivo.

O acordo de delação premiada de Ricardo Saud foi suspenso desde que vieram à tona gravações feitas pela JBS que apontaram omissões feitas pelo delator e o dono do grupo, Joesley Batista.

A suspensão foi autorizada pelo ministro Edson Fachin, a pedido do ex-procurador Rodrigo Janot. O cancelamento em definitivo do acordo também já foi pedido por Janot, mas aguarda uma nova decisão de Fachin. Por isso, Saud decidiu ficar em silêncio, na esperança de voltar a ter seu acordo restabelecido.