Com ar de 'túnel do tempo', Esfarrapados enaltece marchinhas em desfile no Bixiga
Marcela Paes
São Paulo
12/02/2018 14h27
Fantasiada com o figurino que usou no desfile da Vai-Vai no ano passado, a copeira Maria das Graças, de 62 anos, parava o tempo todo para cumprimentar amigos. "Eu acho que a cada ano o Esfarrapados melhora. Antigamente o pessoal jogava ovo e farinha, agora é só essa espuma", explica ela, que vem ao bloco há 20 anos.
"Vem pra cá!", gritava a corretora Élia Pereira, de 43. Ela tentava, em vão, controlar as muitas crianças que insistiam em jogar espuma nos passantes. "Nosso ponto de encontro no carnaval é o Esfarrapados. Nós desfilamos na Vai-Vai, que é no bairro. Então aqui é como se fosse a continuação. Nós já sabemos o que vamos encontrar."
Segundo Milton Credidio, de 82, o Tininho, um dos fundadores do bloco, o clima tranquilo é mantido graças ao "respeito à tradição do carnaval". "Aqui só tocamos marchinhas. É o verdadeiro carnaval. E mantemos a educação", explica.