Operação da PF mira tráfico de pessoas para Estados Unidos, México e Brasil
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (20) a Operação Philoteus, que mira o tráfico de pessoas para Estados Unidos, México e Brasil.
Em nota, a PF informou que são cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, sendo três em Guarulhos (SP), um em São Paulo e um no Distrito Federal. A ação da PF contou com cooperação policial internacional e ações controladas em parceria com autoridades dos Estados Unidos (ICE) e do México (INM).
O inquérito policial teve início em setembro de 2015, após a tentativa frustrada de entrada no Brasil de um grupo de estrangeiros da Índia e do Bangladesh com documentos falsos, por meio da fronteira com o Paraguai. Os estrangeiros haviam solicitado vistos de entrada na embaixada brasileira daquele país.
A investigação apurou que o grupo criminoso também prometia aos imigrantes trabalho no Brasil e nos Estados Unidos. No caso de viagens aos EUA, originalmente, os indivíduos tinham Cuba como destino final das passagens aéreas.
Eles somente aterrissavam no Brasil para a realização de conexão entre aviões e, assim, não realizavam os procedimentos de imigração, como é comum em situações desse tipo.
Dentro da área restrita do aeroporto, eles recebiam documentos e, na posse desses documentos, seguiam viagem até o México, para nova troca de avião, mas realizavam a imigração naquele país com o fim de adentrarem os Estados Unidos pela fronteira terrestre. Há registros de que brasileiros também imigraram aos Estados Unidos utilizando-se dos serviços desses coiotes.
"Os indícios apontam que os traficantes estrangeiros se associaram a funcionários de companhia aérea e colaboradores terceirizados do Aeroporto Internacional de São Paulo para que pudessem enviar documentos aos indivíduos na área restrita, que aguardavam a conexão. Os autos apontam que outros estrangeiros, também provenientes da Índia e do Bangladesh, foram trazidos ilegalmente ao Brasil, pela fronteira seca", informa a nota da PF.
Os investigados responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de tráfico de pessoas, aliciamento com fins de imigração e falsificação de documento público, com penas de um a oito anos de prisão, sem prejuízo de responderem por outros crimes que possam ser descobertos ao longo da investigação.
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