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Mãe das crianças mortas não estava no local no momento do incêndio

Marco Antônio Carvalho

25/05/2018 23h37

Três crianças morreram durante um incêndio em um galpão ocupado na Mooca, zona leste de São Paulo, na noite desta sexta-feira, 25. As chamas consumiram um dos barracos e carbonizaram as crianças pequenas - de dois meses, dois anos e quatro anos. A mãe das vítimas, que não estava no local, foi levada para o hospital depois de ter descoberto o que havia acontecido. Perícia foi realizada na área para determinar o que iniciou o incêndio. A polícia investiga a ocorrência.

O Corpo de Bombeiros foi acionado às 19h10 para combater o incêndio na Rua Barão de Jaguara, próximo à Radial Leste. No local, um galpão abandonado, estão instaladas há cerca de dez meses 50 famílias. Nos fundos da ocupação, ficava o cômodo da mulher e das três crianças. Ela não estava no local no momento em que as chamas começaram.

Moradores da ocupação relataram ter ouvido gritos de crianças que brincavam perto do cômodo e tentaram fugir rapidamente do local, apesar de o fogo não ter se alastrado além da dependência de alvenaria. "Eu sei que a mãe não tinha botijão em casa, então não sei o que começou o incêndio, se foi algum fio por acaso", disse a ajudante de serviços gerais Tatiane da Rocha, de 36 anos, que mora há 9 meses na ocupação com os três filhos.

Na noite desta sexta, dezenas de famílias eram vistas espalhadas pela Rua Barão de Jaguara, muitas delas com crianças. O serviço de assistência social da Prefeitura realizava um cadastro dos moradores e a Defesa Civil continuava analisando a possibilidade de as pessoas retornarem para o galpão após o incêndio. A boliviana Emiliana Choke, de 42 anos, aguardava a informação sobre a possibilidade de retornar para a sua casa. "Não vi nada do que aconteceu, só a correria", disse ela acompanhada dos quatro filhos na calçada próxima ao galpão.

A dona de casa Carla Caroline, de 26 anos, estava sentada com um cobertor na calçada e também esperava informações tanto sobre o que causou o incêndio como se o local seria liberado. O estudante João Batista Oliveira, de 56 anos, que mora no local há três meses, disse que a organização do local é feita pelas próprias famílias e negou existir um movimento que coordene o funcionamento da ocupação.