Vereador tucano muda de opinião e vota contra processo de impeachment de Crivella
A votação foi tensa do lado de fora e de dentro da Câmara. A todo momento, manifestantes das galerias pró e contra Crivella trocavam acusações. O duelo verbal prejudicou as falas dos vereadores, e seguranças precisaram intervir diversas vezes para diminuir os ânimos.
Um dos momentos de tensão foi protagonizado pelos vereadores David Miranda (PSOL) e Otoni de Paula (PSC), que é da base de Crivella. Ao terminar sua fala, Otoni se dirigiu ao grupo contrário a Crivella que na galeria estava fazendo gestos insultuosos em sua direção. David então pediu a palavra e chamou Otoni de hipócrita.
Em resposta, o parlamentar do PSC fez uma dança ironizando David, que entendeu o gesto como homofóbico e afirmou que processará Otoni. Aos repórteres no final da sessão, Otoni disse que Davi deu um "piti gay" assim como ele também deu um "piti hétero". Afirmou também que seu gesto não foi homofóbico.
Outro momento tenso foi quando a vereadora Rosa Fernandes, do MDB, discursou para justificar seu voto a favor da abertura do processo. Sob gritos de "traidora", vindos da plateia a favor de Crivella, Rosa falou que recebeu uma ameaça por telefone relacionada ao seu voto na sessão.
"Estou dizendo isso porque não vou ser mais uma Marielle, nem vou abrir mão das minhas convicções. Alguém irresponsável usou o telefone para fazer esse tipo de coisa", disse. Três vereadores faltaram à sessão: Chiquinho Brazão (MDB), Verônica Costa (MDB) e Carlos Bolsonaro (PSC).
A assessoria de Bolsonaro afirmou que o vereador faltou porque está em uma viagem em Santa Catarina. O presidente da Câmara, Jorge Felippe (MDB), não votou, de acordo com o regimento interno da Casa, assim como o vereador Átila Nunes (MDB), por ter sido autor de um dos pedidos de abertura do processo.
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