Defesa de Delcídio vê chances de STF devolver direitos políticos após absolvição
A absolvição na ação penal em que era acusado de comprar o silêncio do ex-dirigente da Petrobras Nestor Cerveró foi avaliada pela defesa do senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS) como uma oportunidade de pedir ao STF (Supremo Tribunal Federal) a devolução dos direitos políticos do ex-parlamentar, que tem um acordo de colaboração premiada vigente.
O advogado Antonio Figueiredo Basto afirmou à reportagem que "o direito é ótimo" ao apontar um paralelo entre a situação de Delcídio e a de Demóstenes Torres (PDT-GO), que recentemente obteve no Supremo o direito de se candidatar, mesmo após ter sido cassado do Senado Federal. Mas, segundo ele, primeiro é preciso ver qual é a intenção de Delcídio e analisar com calma.
No caso Demóstenes, os advogados sustentaram que as interceptações telefônicas realizadas nas operações Vegas e Monte Carlo, levadas em conta no processo no Senado em que foi cassado, foram invalidadas pela Segunda Turma do STF em outubro de 2016. O ministro Dias Tofoli afastou a inelegibilidade, em março, e a Segunda Turma confirmou a decisão. No caso de Delcídio, a sentença da Justiça Federal o absolveu.
"O direito é ótimo. Uma cassação que se teve início em um processo reconhecido pela justiça como um flagrante preparado e foi armação, vejo como usar isso na frente. Acredito que tem algo que possa fazer ele voltar. Mostrou-se que era farsa armada. Não sou eu que estou falando, é o juiz. Acho que a possibilidade em razão disso é bastante concreta de tentar medida nesse sentido", disse Figueiredo Basto sobre a possibilidade de recorrer ao Supremo.
O senador já tinha apresentado ao Supremo ações referentes à perda de direitos políticos. O relator é o ministro Celso de Mello. Em tese, um novo pedido deveria ser entregue, por prevenção, ao mesmo ministro, que faz parte da mesma Segunda Turma do STF junto com o ministro Dias Toffoli, relator da decisão sobre Demóstenes.
"É um precedente importante e da mesma turma, vamos aguardar. A gente tem essa chance, vamos estudar com bastante calma e ver o instrumento que podemos usar e se é que vai usar", disse o advogado.
Em Brasília, Delcídio ficou com a imagem arranhada por ter citado políticos em delação premiada. Questionado sobre se isso dificultaria um hipotético retorno do cliente à política, o advogado não comentou, mas disse que Delcídio "foi cassado pelo corporativismo, em um processo de cassação absolutamente nulo".
Como está sem partido, a possibilidade de concorrer em 2018 já não existiria mesmo se tentasse e conseguisse uma decisão do Supremo que devolvesse os direitos políticos, porque o prazo de filiação a tempo de concorrer já se esgotou.
A reportagem não conseguiu contatar Delcídio.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.