Promotor afirma que Cabral não quis ser chamado de 'interno' e gritou
Fábio Grellet e Marcio Dolzan
Rio
24/07/2018 19h25
"Por ocasião de fiscalização do Ministério Público, ao adentrarmos a Penitenciária Pedrolino Werling de Oliveira (Bangu 8), foi determinado aos internos ali custodiados que ficassem na 'posição de confere', padrão que todos os presos devem seguir quando assim lhes é determinado", afirmou o promotor em nota divulgada no início da noite desta terça-feira.
Segundo ele, quando ingressou na galeria onde Cabral está custodiado, o promotor constatou que ele era o único que não estava na posição. "Mesmo recebendo novamente a determinação, o preso se recusou a cumpri-la e aos gritos, de forma provocativa capaz de incitar a desordem, disse que não queria ser chamado de 'interno' e que aquela posição era um desrespeito a ele", narrou o promotor.
"Hoje fiscalizei oito unidades prisionais, totalizando 7.062 presos. Idêntico procedimento foi adotado em todas as unidades, tendo como única alteração a deste interno. Como membro do Ministério Público, respeito e fiscalizo as normas relativas ao sistema prisional, aí incluídas a Lei de Execução Penal e a Constituição da República, como também exijo o seu cumprimento por parte dos presos, que devem ser tratados de forma igual, sem qualquer favorecimento ou privilégio decorrente de possível poder financeiro, político ou marginal que queiram ostentar", continuou o promotor.
"Com 19 anos no Ministério Público, 15 dos quais dedicados à execução penal, agi em estrita conformidade com a lei, dentro das minhas atribuições e dos regulamentos e práticas da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária, motivo pelo qual nada tenho a temer", concluiu.