Em carta divulgada nas redes sociais, FHC defende união contra extremos
No documento, apresentado como uma "carta aos eleitores e eleitoras", Fernando Henrique Cardoso classificou as candidaturas de Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) como "polos da radicalização atual" que dificilmente teriam condições de tirar o País da crise. "A gravidade de uma facada com intenções assassinas haver ferido o candidato que está à frente nas pesquisas eleitorais deveria servir como um grito de alerta: basta de pregar o ódio, tantas vezes estimulado pela própria vítima do atentado. O fato de ser este o candidato à frente das pesquisas e ter ele como principal opositor quem representa um líder preso por acusações de corrupção mostra o ponto a que chegamos", escreveu o ex-presidente.
O tucano afirmou que ainda há tempo para deter a "a marcha da insensatez". "Qualquer dos polos da radicalização atual que seja vencedor terá enormes dificuldades para obter a coesão nacional suficiente e necessária para adoção das medidas que levem à superação da crise. As promessas que têm sido feitas são irrealizáveis."
Defendendo uma convergência de candidatos contra extremos, e sem citar o nome de Alckmin, FHC pregou a escolha de uma liderança "serena" e honesta que tenha experiência e capacidade para pacificar e governar o País. "Sem que os candidatos que não apostam em soluções extremas se reúnam e decidam apoiar quem melhores condições de êxito eleitoral tiver, a crise tenderá certamente a se agravar."
Para o ex-presidente, os candidatos devem se comprometer com uma reforma da Previdência que elimine privilégios e assegure o ajuste fiscal estabelecendo uma idade mínima para aposentadoria. O tucano disse que, se não houver uma reversão do quadro fiscal, o Brasil mergulhará em uma crise econômica ainda pior.
"Ou os homens públicos em geral e os candidatos em particular dizem a verdade e mostram a insensatez das promessas enganadoras ou, ganhe quem ganhar, o pião continuará a girar sem sair do lugar, sobre um terreno que está afundando", afirmou o ex-presidente, ao defender a proposta.
Aos 87 anos, FHC disse que, durante sua vida, esta eleição é um dos "poucos momentos" tão decisivos para o Brasil.
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