Preso, Perillo depõe e alega inocência; defesa diz que medida é injusta
![Danilo Verpa/Folhapress](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/a4/2017/06/13/17mai2017---governador-de-goias-marconi-perillo-psdb-1497394520122_615x300.jpg)
Após ser preso nesta quarta-feira, 10, o ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) prestou depoimento em que negou a prática de crimes à Polícia Federal. O tucano foi preso ao chegar na superintendência da PF, em Goiânia, para prestar depoimento sobre as acusações de Fernando Reis e Alexandre Barradas, delatores da Odebrecht. Em suas delações, eles citaram repasses de R$ 10 milhões a Perillo - R$ 2 milhões na eleição de 2010 e R$ 8 milhões em 2014.
O tucano é investigado na operação Cash Delivery e já havia sido alvo de busca e apreensão em 28 de setembro. Jayme Rincón, ex-tesoureiro de Perillo e coordenador da campanha derrotada de José Eliton (PSDB) ao governo goiano, foi preso pela PF na ocasião com R$ 900 mil.
"Marconi Perillo prestou longo depoimento enfrentando absolutamente todos os pontos que a Polícia Federal indagou", disse o advogado do ex-governador, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.
"Ele estava na sede da PF para prestar depoimento quando foi surpreendido com o decreto de prisão. Nenhum fato novo surgiu que justificasse esta prisão. A Polícia Federal agiu com serenidade e profissionalismo e os direitos do Marconi foram preservados", afirmou.
A defesa confirmou que o ex-governador se encontra na sede da Polícia Federal. "Mesmo considerando injusta a prisão, ele resolveu prosseguir no depoimento pois tem certeza de que não praticou nenhum ato ilícito. Entende a defesa técnica que tudo foi satisfatoriamente esclarecido".
"É evidente que toda e qualquer pessoa pode ser investigada, ninguém está acima da lei, mas a prisão por fatos pretensamente ocorridos em 2010 e 2014 é teratológica, não encontra amparo na jurisprudência do Supremo Tribunal. Vivemos um momento punitivo e de criminalização da atividade política. Esta tensão desnecessária não faz bem para a estabilidade democrática", sustentou a defesa.
O advogado faz referência ao Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF-1). "Assim como o TRF já concedeu liberdade a outros investigados, afastando o equivocado argumento de necessidade de prisão nesse momento, a defesa acredita na altivez e independência do tribunal, para que a Justiça seja resgatada", disse.
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