E-mails apontam Richa como controlador de empresa que lavou propina
Ricardo Brandt, Igor Moraes e Fausto Macedo
São Paulo e Curitiba
25/01/2019 12h26
A empresa, formalmente, está registrada em nome da mulher do tucano, Fernanda Richa, e dos filhos do casal.
As mensagens foram rastreadas do email de Fernanda nos anos de 2011 e 2014 e revelam a influência do tucano sobre a empresa.
A primeira delas, um rascunho, traz as palavras 'Pedágios 3 milhões Beto', acompanhada de outras anotações consideradas suspeitas, como 'compromisso com as empreiteiras financiam o Beto', 'pacto de acionistas Sanepar' e 'Copel está sendo vendida pelo Beto'.
O segundo email, datado de 3 de janeiro de 2011, traz uma troca de mensagens entre Fernanda e o contador Pupo Ferreira. No diálogo, sobre estratégia de venda de terrenos no condomínio Alphaville Graciosa, Fernanda diz a Pupo que 'levaria o assunto para Beto'. Um mês depois, a mulher do ex-governador respondeu a mensagem. "O Beto acha que podemos esperar mais um pouco."
Os procuradores da força-tarefa da Lava Jato acusam o ex-governador de lavar R$ 2,6 milhões por meio da compra de imóveis em nome da Ocaporã com a ajuda do contador Dirceu Pupo Ferreira. Outros R$ 142 teriam sido lavados por meio de depósitos diretos para a própria empresa.
Além da Integração, Beto Richa também é investigado na operação Radiopatrulha, que o levou para prisão por quatro dias e vasculhou a casa de sua mãe em 2018.
A reportagem busca contato com Beto Richa, Dirceu Pupo Ferreira e os demais citados. O espaço está aberto para manifestação.