De acesso fácil, armas usadas em massacre de Suzano são eficientes
Roberto Godoy
14/03/2019 15h41
Funciona assim: os projéteis são inseridos em um tubo compacto que, depois, é aplicado manualmente sobre o tambor onde são colocadas as balas do revólver - acionada por uma mola, a transferência, após os disparos de toda carga, é feita em segundos. No arsenal da dupla de assassinos havia também um arco comum, flechas e uma besta, a versão moderna de uma arma muito antiga - os primeiros modelos surgiram na China e na Europa mediterrânea há 2,5 mil anos. Violenta, precisa e mortal, a balestra, o outro nome da mesma arma, é o ramo mais distante na árvore genealógica dos fuzis. Os tipos mais recentes são usados por esquadrões das forças especiais de exércitos de todo o mundo.
No Brasil, a Infantaria de Selva e possivelmente também times de paraquedistas e de mergulhadores de combate adotam o equipamento para cumprir missões determinadas - em emboscadas, na neutralização de atiradores ("snipers") de precisão ou quando o silêncio é essencial.
A besta dispara setas metálicas sem ruído. Embora haja variantes de grande porte, com culatras e muitos acessórios óticos, o arranjo mais comum é o menor, descomplicado, com empunhadura semelhante a de uma pistola. O dardo é assentado sobre um trilho e lançado pela corda sintética retesada de um arco, acionado por um gatilho. O alcance passa de 20 metros com pouco mais de 23 kg de força.
Ao menos duas variações militares podem produzir o impacto de um tiro de 9mm. A princípio a balestra pode ser comprada sem restrições - é vendida quase como se fosse um equipamento de lazer - o custo vai de R$ 200 a até cerca de R$ 8 mil.