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O que o temporal no Sul tem a ver com o calorão do Sudeste e Centro-Oeste? Entenda

Foto aérea mostra área alagada na cidade de Encantado, no Rio Grande do Sul, após fortes chuvas Imagem: 30.abr.2024-Gustavo Ghisleni / AFP

São Paulo

01/05/2024 08h27

Enquanto cidades do Sudeste e Centro-Oeste estão observando nos últimos dias uma elevação sensível na temperatura, localidades do Sul, especificamente no Rio Grande do Sul, passaram a sofrer os efeitos de temporais intensos, que até a noite desta terça-feira, 30, tinham deixado ao menos cinco mortos. Mas esses eventos climáticos estão relacionados?

De acordo com a empresa de meteorologia Climatempo, sim, são eventos que estão conectados. A massa de ar quente que se estabeleceu na faixa central do País, explica, cria uma espécie de "prisão" para a chuva nos Estados sulistas. Essa massa fica retida devido a um "bloqueio atmosférico persistente". Assim, "as frentes frias e outros sistemas meteorológicos são amplificados, resultando na intensificação das precipitações na região", como divulgado pela empresa em nota nesta terça.

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A previsão é de mais chuva para o Rio Grande do Sul e parte de Santa Catarina nos próximos dias. Algumas localidades esperam volumes que podem ultrapassar os 300 milímetros, podendo chegar até a 400 mm.

"A situação das chuvas intensas no Sul do Brasil demanda atenção e precaução. O acompanhamento constante da situação meteorológica e a adoção de medidas de segurança são fundamentais para mitigar os impactos desse fenômeno na população e na infraestrutura da região", informou a Climatempo.

Enquanto isso, a onda de calor inicialmente prevista até esta quarta-feira de feriado, dia 1º, deve durar pelo menos até o dia 10 de maio. O alerta de perigo para altas temperaturas foi emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) há alguns dias, sendo iniciado no sábado, 27.

Conforme a Climatempo, a permanência do sistema de alta pressão sobre o Centro-Sul brasileiro dificulta a chegada de frentes frias para o Centro-Oeste e o Sudeste, contribuindo para a manutenção do ar seco e o aumento da intensidade do calor. "Essa é a quarta onda de calor a atingir o Brasil recentemente, e ela promete se intensificar ainda mais e atuar até o dia 10 de maio", afirmou.

Governador do RS pede ajuda a Lula

O governo do Rio Grande do Sul tem se mobilizado para responder às emergências decorrentes dos temporais no Estado. Nesta terça-feira, 30, o governador Eduardo Leite (PSDB) esteve reunido com o gabinete de crise e a gestão divulgou que o foco é o resgate a famílias isoladas pelas inundações.

Leite disse ter contatado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Falei agora por telefone com o presidente Lula, que assegurou o apoio do governo federal. Pedi especialmente suporte de aeronaves para resgate de pessoas ilhadas. Lamentavelmente, já temos óbitos e ainda há desaparecidos. A prioridade imediata é resgatar as famílias desalojadas, encaminhando-as para residências de familiares ou para abrigos públicos e fornecendo condições adequadas de alojamento", declarou o governador em nota.

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