Óleo achado em praias tem origem na Venezuela, diz laudo da Universidade da Bahia
Conforme a diretora do Instituto de Geociências da universidade, Olívia Oliveira, a análise de amostras recolhidas no litoral da Bahia e de Sergipe, apresentou a presença de carbono e de biomarcadores e que têm semelhança com um dos tipos de petróleo produzido na Venezuela.
Segundo ela, nenhum petróleo produzido no Brasil apresenta distribuição de biomarcadores similares aos encontrados nas amostras. Os biomarcadores são organismos que viveram em determinadas eram geológicas, possibilitando comparar as idades das bacias petrolíferas.
As pesquisas foram realizadas em parceria com a Universidade Federal do Sergipe (UFS). Foram analisadas nove amostras, sete delas colhidas no Estado vizinho. As análise geoquímicas foram feitas no Laboratório de Estudos do Petróleo (Lepetro) da UFBA.
A cientista ressalvou que, por causa do longo período que o material está no mar, não é possível afirmar se as manchas são de petróleo cru. "Parece muito com petróleo cru, mas não descartamos que possa ser bunker, combustível de navio. É um óleo pesado, com certa degradação", explicou, durante entrevista coletiva.
As análises serão encaminhadas para o Instituto do Meio-Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) da Bahia e colocadas à disposição dos órgãos que investigam o desastre.
Na manhã desta quinta, manchas de óleo foram achadas na praia de Arembepe, em Camaçari, na Grande Salvador. É o local mais ao sul do Nordeste já tocado pela poluição.
Conforme o Inema, já são 14 praias e localidades afetadas pela poluição. Em Camaçari, também foram atingidas as localidades de Guarajuba e Itacimirim.
No município de Conde, o óleo atingiu a Barra do Siribinha, Barra do Itariri, Sítio do Conde e Poças. Em Jandaíra, houve registros em Coqueiro e Mangue Seco. O óleo chegou também em Esplanada (Baixio e Mamucabo), Entre Rios (Subaúma e Porto do Sauípe) e Mata de São João (Praia do Forte).
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