Witzel nega flexibilização ao liberar delivery de comércio
Caio Sartori
07/04/2020 14h15
"No momento em que estamos admitindo o delivery, não estamos flexibilizando nada", disse no Palácio Guanabara. Para reforçar a importância cada vez maior do isolamento social, o governador afirmou que pedirá à Assembleia Legislativa (Alerj) a elaboração de um projeto que autorize o governo a multar quem estiver descumprindo as medidas de restrição.
A ideia surgiu no fim de semana, após a constatação de que as pessoas passaram a frequentar mais as ruas e a orla da capital. O valor da multa, segundo Witzel, ainda não foi definido e poderia ser estabelecido pela própria Alerj.
Além do delivery para o comércio em todo o Estado, o decreto autoriza a circulação interna entre municípios do noroeste do Rio e de algumas cidades do entorno. Apesar de escolas, por exemplo, continuarem fechadas, o comércio e restaurantes poderão funcionar, mas sem aglomerações.
Aquela região está menos afetada pelo vírus. Liberar a circulação interna, disse Witzel, é uma forma de dar fôlego econômico aos municípios.
Segundo o governador e o secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, a tendência é que as medidas restritivas sejam estendidas para até o final de abril no Rio. Isso é estimado pelo governo com base na curva de crescimento da doença - que, segundo eles, está próxima a um nível aceitável de crescimento.
Também preocupa o governo o aumento das internações no sistema público de Saúde, que já respondem por cerca de 21% do total.
Antes mesmo de ser perguntado sobre as idas e vindas de ontem, envolvendo a eventual demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, Witzel deu "graças a Deus" pela permanência dele, que tem sido elogiado por governadores e médicos. Quando questionado, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro entendeu a gravidade do momento.
"Entendo que daqui para frente essas situações que estamos vivendo, do presidente falar uma coisa e o governo outra, serão reduzidas cada vez mais, e ele vai entender que o momento agora é de união para não deixar a população confusa", apontou.