Bolsonaro liga mortes por covid a isolamento
O Brasil registrava até as 20 horas deste domingo 101.136 mortes causadas pelo novo coronavírus, de acordo com dados do consórcio de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL. O total de pessoas que têm ou já tiveram a doença no País chega a 3.035.582. Nos últimos sete dias, a média móvel de novos óbitos foi de 1.001 a cada 24 horas. O Brasil registrou ontem, 593 mortes e 22.213 novas infecções. No sábado, Bolsonaro havia evitado falar da marca dos 100 mil mortos e destacou o número de pacientes recuperados, que chegou neste domingo a 2.118.460, de acordo com boletim mais recente do Ministério da Saúde.
Para justificar o argumento contra o isolamento social, Bolsonaro compartilhou um artigo publicado no portal do jornal britânico Daily Mail. "Conclui-se que o lockdown matou 2 pessoas para cada 3 de covid no Reino Unido. No Brasil, mesmo ainda sem dados oficiais, os números não seriam muito diferentes", escreveu.
O comentário de Bolsonaro, porém, vai na contramão de especialistas e autoridades sanitárias. Pesquisas recentes mostraram que o número de mortes seria maior se não houvesse isolamento social. Conforme pesquisa da Universidade Federal Rural do Rio (UFRRJ), o isolamento social, mesmo abaixo dos níveis desejáveis pelas autoridades sanitárias, poupou 118 mil vidas e evitou que 9,8 milhões de pessoas fossem contaminadas. Médicos e cientistas afirmam que, para conter o avanço da doença, é preciso que as ações tenham como base um tripé: identificação e monitoramento precoce dos casos; etiqueta respiratória e cuidados pessoais; e isolamento social.
Recursos federais
"Quanto à pandemia, não faltaram recursos, equipamentos e medicamentos para Estados e municípios. Não se tem notícias, ou seriam raras, de filas em hospitais por falta de leitos UTIs ou respiradores", também escreveu Bolsonaro ontem.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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