Lançado ao Planalto, Bivar admite que União Brasil abriga bolsonaristas e diz que são minoria
"Claro que existe dentro do nosso guarda-chuva democrático alguns pensamentos, mas você está falando de um pingo de vinho em uma longa toalha branca de linho", afirmou.
Como mostrou o Estadão, apesar de o União lançar Bivar como pré-candidato ao Planalto, integrantes do partido foram liberados para apoiar o presidente Bolsonaro. A avaliação é que a iniciativa de entrar na disputa presidencial é uma estratégia da legenda para poder negociar apoio a Bolsonaro mais adiante.
O presidente da legenda, no entanto, negou que vai retirar sua pré-candidatura. "Isso não vai, de forma nenhuma, prender, segurar a nossa determinação de ser o grande responsável por nosso País a partir de 2023?, afirmou.
O evento contou com a participação dos principais representantes do novo partido, que foi formado com a fusão entre DEM e PSL. Estiveram presentes nomes como o do secretário-geral da legenda, ACM Neto, do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e do ex-ministro Sérgio Moro.
O ex-juiz, que foi pré-candidato ao Planalto, e hoje negocia uma candidatura em São Paulo, participou de uma cena inusitada ao sentar próximo do ex-governador do Rio Anthony Garotinho, agora seu colega de legenda e que chegou a ser preso cinco vezes.
A mesa principal do evento também contou com a participação de pré-candidatos a governadores. As únicas mulheres a sentar junto com a cúpula do partido foram a senadora Soraya Thronicke (MS) e a deputado Rose Modesto (MS), pré-candidata a governadora.
Durante o lançamento faltou luz três vezes. O ato político também aconteceu em meio a uma falta de empolgação por parte dos integrantes da legenda. ACM Neto, Ronaldo Caiado e Sérgio Moro não discursaram. Os próprios militantes do partido gritavam com mais entusiasmo os nomes dos pré-candidatos a deputado distrital Eduardo Pedroza, Rodrigo Totti e Alex Carreiro do que o de Bivar.
Em seu discurso, o pré-candidato do União ao Planalto fez críticas indiretas ao governo de Bolsonaro e também ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Eu não acho justo que os brasileiros vivam entre uma ameaça autoritária e outra populista", disse.
Em outra crítica a Bolsonaro, Bivar também criticou a atual situação econômica do Brasil. "Você aceita o País do jeito que está hoje? Com inflação, a pessoa simples não tem dinheiro para botar o filho para estudar, o marido desempregado. Isso nós não aceitamos", afirmou.
O presidente do partido comentou sobre a reforma tributária e defendeu a unificação de impostos. Bivar também prometeu isentar da cobrança do Imposto de Renda quem ganhasse até R$ 6 mil.
O deputado de Pernambuco negou que sua candidatura tenha o objetivo de dividir a terceira via. PSDB, MDB e Cidadania também tentam construir uma candidatura alternativa a Lula e Bolsonaro, mas o União Brasil desembarcou do grupo.
"Não fizemos fratura nenhuma. O que nós entendemos é que o União Brasil é o único partido que está unido em torno de sua pré-candidatura. Outros partidos não estão e oxalá que estejam amanhã, mas meu sentimento é que não estarão até agosto", falou.
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