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Grupos pró-Lula fazem atos esvaziados no Brasil e no exterior

Presidente Lula Imagem: Leonardo Alves do Prado - 12.mar.2024/Estadão Conteúdo

Brasília e São Paulo

23/03/2024 18h42Atualizada em 23/03/2024 18h51

Grupos de esquerda e apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram às ruas de cidades brasileiras e do exterior, neste sábado, 23. Convocados por entidades após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reunir uma multidão na Avenida Paulista no mês passado, os atos foram marcados pelo esvaziamento.

As convocações compartilhadas pela militância petista para o que chamaram de Dia de Mobilização Nacional de Luta pela Democracia tinham hora e local de concentração para pelo menos 19 cidades. Entre elas, Barcelona, na Espanha, e Lisboa, Portugal. No Brasil, em algumas capitais houve reunião de dezenas de pessoas.

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No Rio de Janeiro, o ato foi cancelado sob a alegação de mau tempo. A principal manifestação foi realizada em Salvador, com a participação da presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR). Mesmo na capital baiana o ato foi esvaziado.

A cúpula do governo Lula buscou, desde o início das mobilizações, se distanciar da organização dos atos. O presidente da República não compareceu a nenhuma delas. Os ministros também não foram escalados. Mas o PT oficialmente convocou apoiadores à adesão.

Em nota oficial publicada no site do partido e enviada aos diretórios estaduais e municipais da sigla, o PT pediu para que filiados e apoiadores fossem às ruas defender as pautas da "defesa da democracia" e a "punição daqueles que atentaram contra o Estado Democrático de Direito", sem citar o nome de Bolsonaro.

Apesar de a mobilização ter ganhado força após o ato de Bolsonaro na Paulista, os movimentos afirmavam que não era uma resposta ao ex-presidente. Bolsonaro reuniu uma multidão na Paulista no dia 25 de fevereiro. Em São Paulo, o ato petista foi agendado para o Largo de São Francisco.

O ex-deputado José Genoíno e o ex-ministro José Dirceu marcaram presença. Dirceu foi condenado e preso três vezes na esteira dos processos do mensalão e do petrolão. Ele tem se apresentado novamente no cenário político nacional, e uma parte dos correligionários defende a volta dele ao comando do PT em 2025, quando Gleisi deixará a função.

A pauta dos atos era difusa, com faixas, discursos e publicações nas redes sociais pela "memória dos 60 anos do golpe militar", "contra o genocídio na Palestina" e em defesa da "prisão de Bolsonaro".

Também houve registros de atos em cidades como Porto Alegre, Brasília, Curitiba, Campo Grande, Belo Horizonte, Fortaleza e Recife. Com a presença de deputados petistas, como Maria do Rosário, na capital do Rio Grande do Sul, e Rogério Correia, na capital mineira.

À frente da organização desses atos estavam movimentos de esquerda como Frente Povo Sem Medo (FPSM), Frente Brasil Popular e Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), além de lideranças de partidos como o PSOL e o PCdoB.

Ao Estadão, lideranças de movimentos sociais que organizaram os atos criticaram a decisão do governo de não participar do evento.

"É inegável que a presença de Lula em qualquer ato aumenta a capacidade de mobilização, mas, na nossa avaliação, a convocatória dos atos de amanhã (sábado) já mostrou força", disse Rud Rafael, coordenador-geral do MTST.

A oposição a Lula ironizou a baixa adesão em publicações nas redes sociais. O deputado Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente no governo Bolsonaro, ironizou a baixa adesão nos atos de apoio a Lula. "Manifestação do PT/Presidengue está sendo um sucesso Brasil a fora ... hahahahahahahahahahahahahaha", escreveu.

O deputado Carlos Jordy (PL) compartilhou um vídeo que dizia que a manifestação em Pernambuco tinha "clima de velório" e "flopou", termo usado como sinônimo de fracasso.

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