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OEA critica decisões de Toffoli e faz alerta sobre insegurança jurídica

O ministro Dias Toffoli, durante sessão no STF  - Ton Molina 4.dez.2024 /Fotoarena/Folhapress O ministro Dias Toffoli, durante sessão no STF  - Ton Molina 4.dez.2024 /Fotoarena/Folhapress
O ministro Dias Toffoli, durante sessão no STF Imagem: Ton Molina 4.dez.2024 /Fotoarena/Folhapress

19/03/2025 19h35Atualizada em 19/03/2025 20h52

A OEA (Organização dos Estados Americanos) afirmou que a anulação das provas da Odebrecht e a renegociação de acordos de leniência no Brasil podem "minar a confiança pública" e gerar "insegurança jurídica". As conclusões fazem parte do relatório publicado hoje pela Comissão de Peritos do Mecanismo de Acompanhamento da Implementação da Convenção Interamericana contra a Corrupção.

O documento critica as decisões do ministro do STF (Supremo Tribunal Federa) Dias Toffoli, que anulou todas as provas do acordo de leniência da Odebrecht —atualmente Novonor— e suspendeu a multa imposta à empresa. Segundo a organização, essas decisões provocam "incerteza" sobre o cumprimento de acordos e podem comprometer a luta contra a corrupção no País.

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O diretor executivo da Transparência Internacional, Bruno Brandão, afirmou que a falta de regulamentação adequada impede o controle sobre a legalidade e o cumprimento desses acordos.

Há quase uma década, as informações sobre o suborno transnacional confessado pela empresa em mais de uma dezena de países permanecem sob sigilo e, com as anulações recentes, é possível que jamais venham à luz. Não é digno que o Brasil se torne um cemitério de provas sobre a corrupção transnacional.
Bruno Brandão, diretor executivo da Transparência Internacional

O relatório recomendou que o Brasil avalie a implementação dos acordos de leniência para corrigir desafios e aumentar a transparência e sugere que o País tipifique o enriquecimento ilícito como crime.

A Transparência Internacional já havia denunciado à OEA o que classificou como "desmonte das políticas de combate à corrupção" no Brasil e em outros países da América Latina. A organização também criticou a decisão de Toffoli que anulou as ações contra o ex-ministro Antônio Palocci.

Em nota, a organização classificou a medida como "mais um passo no desmonte do enfrentamento à macrocorrupção" no Brasil e alertou que tais decisões abalam a confiança da sociedade no STF.


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