Papa visitará ilha grega de Lesbos no dia 16 de abril
Na Cidade do Vaticano
07/04/2016 07h49
O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, confirmou nesta quinta-feira (7) que o papa Francisco fará uma visita à ilha grega de Lesbos no dia 16 de abril.
A viagem, ao lado do patriarca de Constantinopla, Bartolomeu, será para levar "alívio" aos imigrantes ilegais que chegam ao local em busca de uma nova vida na Europa.
O porta-voz ainda ressaltou que o sucessor de Bento 16 irá à Lesbos porque vê ali uma "emergência importante", como ocorreu quando visitou a ilha italiana de Lampedusa, no mar Mediterrâneo.
"Essa é uma situação difícil e de intenso sofrimento no Egeu. [Isso pede] solidariedade e responsabilidade de toda a comunidade de crentes", ressaltou.
Segundo Lombardi, os locais em que haverá eventos públicos ainda não foram fechados. Porém, é provável que o principal deles será o centro de acolhimento de refugiados.
Também já está certo de que o pontífice e o patriarca serão recebidos por autoridades locais. O representante ainda confirmou que o grupo de religiosos que acompanhará Jorge Mario Bergoglio será pequeno.
A confirmação da Igreja Católica ocorre um dia após a Arquidiocese Ortodoxa da Itália informar que os dois líderes religiosos fariam uma visita à ilha "em breve".
De acordo com a entidade, a viagem foi debatida após o representante ortodoxo "entrar em contato com Jorge Mario Bergoglio em fevereiro".
Assim como Lampedusa foi há três anos, a ilha grega de Lesbos é palco da chegada de milhares de pessoas que fogem das guerras do Oriente Médio e do norte da África e também local de tragédias constantes.
De acordo com dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), só em 2016, 152.117 pessoas chegaram à Grécia através de perigosas travessias marítimas - sendo que 366 morreram ou desapareceram durante a viagem.
O tema da imigração é muito caro ao papa que, constantemente, lembra do sofrimento daqueles que são obrigados a abandonar suas casas e seus países por culpa da violência, de guerras civis, do terrorismo, de perseguição religiosa e de desastres climáticos.
Para mostrar como se preocupa com o assunto, Francisco até mudou o tradicional ritual católico do Lava Pés e fez a cerimônia em um centro de refugiados na cidade de Castelnuovo di Porto, na Itália. Essa foi a primeira vez na história que a cerimônia foi realizada fora de Roma.