Retrospectiva/ O Estado Islâmico foi derrotado em 2017?
26/12/2017 07h41
SÃO PAULO, 26 DEZ (ANSA) - Por Beatriz Farrugia - O ano de 2017 impôs perdas significativas de território para o grupo extremista Estado Islâmico (EI). Da sua formação original de 2014, quando o líder Abu Bakr al-Baghdadi anunciou a criação do "califado", o Estado Islâmico perdeu 95% do seu território na Síria e no Iraque - equivalente a quase o tamanho da Grã-Bretanha.
Nesses últimos meses de ofensiva contra o Estado Islâmico, várias áreas foram reconquistadas pela coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, pelas tropas russas ou pelas forças sírias e iraquianas, como Kobane, Dabiq, Palmira, Mayadin, Raqqa, Tikrit, Ramadi, Falluja, Tal Afar e Hawiya.
Mas foi em meados de julho, com a reconquista da estratégica cidade de Mosul, capital do califado, que as autoridades do Iraque declararam "vitória" sobre o Estado Islâmico. A perda de territórios e de combatentes enfraqueceram o grupo terrorista mais temido dos últimos tempos, mas a derrota geográfica não significa o fim do Estado Islâmico. "Como organização, o EI entrou em colapso, pois perdeu territórios. Mas, uma coisa é o Estado Islâmico entrar em colapso, outra é matar sua ideologia", disse André Woloszyn, analista de segurança, em entrevista à ANSA.
"Eles foram derrotados militarmente, mas é impossível derrotar um grupo como o Estado Islâmico, pois se trata de uma ideologia.
Você não consegue derrotá-lo justamente porque ele está na cabeça das pessoas", completou, por sua vez, o cientista político André Lajst.
De acordo com dados da agência de contraterrorismo IHS Conflict Monitor, as receitas dos extremistas caíram de US$ 81 milhões por mês, em 2015, para US$ 16 milhões por mês em 2017. Sem territórios e com pouco dinheiro, o Estado Islâmico tem usado o marketing para preservar sua influência e fama, assumindo autoria de atentados que chegam a ser reivindicados também por outros grupos - o que coloca em xeque a crebilidade do EI. "Existe muita gente que já foi influencia pelo Estado Islâmico, que mora na Europa ou integra uma cálula dormente. Essas pessoas só precisam receber uma ordem, um e-mail, para pegarem uma arma e atirar. Não importa como o EI estiver, vai reivindicar o atentado", disse Lajst.
Segundo Woloszyn, a tendência é que o EI comece a operar de maneira cada vez mais pulverizada, ou que passe por um fenômeno dereformulação, como ocorreu com a Al-Qaeda, com subgrupos fundamento novas organizações terroristas.
"A pulverização do terrorismo internacional já está acontecendo nos últimos dois anos. São ataques de baixa intensidade em regiões espalhadas pelo mundo, principalmente a Europa. Apesar da magnitude menor, tem o mesmo efeito psicológico na sociedade, que é a sensação de insegurança.
"Esses ataques de baixa intensidade tendem a aumentar. E as forças segurança não sabem como agir", acrescentou o especialista.(ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Nesses últimos meses de ofensiva contra o Estado Islâmico, várias áreas foram reconquistadas pela coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, pelas tropas russas ou pelas forças sírias e iraquianas, como Kobane, Dabiq, Palmira, Mayadin, Raqqa, Tikrit, Ramadi, Falluja, Tal Afar e Hawiya.
Mas foi em meados de julho, com a reconquista da estratégica cidade de Mosul, capital do califado, que as autoridades do Iraque declararam "vitória" sobre o Estado Islâmico. A perda de territórios e de combatentes enfraqueceram o grupo terrorista mais temido dos últimos tempos, mas a derrota geográfica não significa o fim do Estado Islâmico. "Como organização, o EI entrou em colapso, pois perdeu territórios. Mas, uma coisa é o Estado Islâmico entrar em colapso, outra é matar sua ideologia", disse André Woloszyn, analista de segurança, em entrevista à ANSA.
"Eles foram derrotados militarmente, mas é impossível derrotar um grupo como o Estado Islâmico, pois se trata de uma ideologia.
Você não consegue derrotá-lo justamente porque ele está na cabeça das pessoas", completou, por sua vez, o cientista político André Lajst.
De acordo com dados da agência de contraterrorismo IHS Conflict Monitor, as receitas dos extremistas caíram de US$ 81 milhões por mês, em 2015, para US$ 16 milhões por mês em 2017. Sem territórios e com pouco dinheiro, o Estado Islâmico tem usado o marketing para preservar sua influência e fama, assumindo autoria de atentados que chegam a ser reivindicados também por outros grupos - o que coloca em xeque a crebilidade do EI. "Existe muita gente que já foi influencia pelo Estado Islâmico, que mora na Europa ou integra uma cálula dormente. Essas pessoas só precisam receber uma ordem, um e-mail, para pegarem uma arma e atirar. Não importa como o EI estiver, vai reivindicar o atentado", disse Lajst.
Segundo Woloszyn, a tendência é que o EI comece a operar de maneira cada vez mais pulverizada, ou que passe por um fenômeno dereformulação, como ocorreu com a Al-Qaeda, com subgrupos fundamento novas organizações terroristas.
"A pulverização do terrorismo internacional já está acontecendo nos últimos dois anos. São ataques de baixa intensidade em regiões espalhadas pelo mundo, principalmente a Europa. Apesar da magnitude menor, tem o mesmo efeito psicológico na sociedade, que é a sensação de insegurança.
"Esses ataques de baixa intensidade tendem a aumentar. E as forças segurança não sabem como agir", acrescentou o especialista.(ANSA)