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Evento em SP 'apresenta' Palermo para brasileiros

24/04/2018 21h35

SÃO PAULO, 24 ABR (ANSA) - Por Beatriz Lia e Lucas Rizzi - O colégio Dante Alighieri, em São Paulo, recebeu na noite da última segunda-feira (23) um evento para "apresentar" a cidade de Palermo, capital italiana da cultura em 2018, para agentes de viagem.   


O encontro reuniu centenas de pessoas no auditório da escola e contou com a presença de Andrea Cusumano, secretário de Cultura da quinta cidade mais populosa da Itália. Um dos objetivos do evento é justamente atrair mais turistas brasileiros para Palermo, que tem cerca de 900 iniciativas culturais programadas para 2018.   


Atualmente, a maior parte dos visitantes da capital da Sicília é proveniente de países como Alemanha, Espanha, França e Reino Unido, mas também tem havido um crescimento da presença de russos, japoneses e norte-americanos - os brasileiros ainda são pouco comuns na cidade.   


"Espero que possa haver um crescimento do Brasil, especialmente de São Paulo, que tem uma ligação tão forte com a Itália e com a Sicília", afirmou Cusumano em entrevista à ANSA, lembrando que Palermo tem um clima "muito parecido" com o brasileiro.   


O secretário, que teve suas passagens financiadas pela Alitalia, apoiadora do evento, disse ainda que voltará a São Paulo e que novas iniciativas estão sendo discutidas com a Agência Nacional de Turismo (Enit) e com o Instituto Italiano de Cultura da capital paulista.   


"Não apenas para aumentar a presença turística de brasileiros em Palermo e na Sicília, mas também para construir intercâmbios culturais", salientou Cusumano, que visitou o Brasil pela primeira vez e teve tempo de conhecer o Museu de Arte Sacra e a Pinacoteca de São Paulo.   


Durante sua apresentação ao público, o secretário destacou Palermo como um lugar de intersecção de diversas culturas e o renascimento da cidade após a onda de terror promovida pela máfia no início dos anos 1990.   


"Palermo virou exemplo de acolhimento na Itália e na Europa, em um momento em que é difícil captar o sentido de que o Mediterrâneo é um lugar de pontes, não de muros. Palermo não é uma cidade europeia, é uma cidade médio-oriental na Europa", acrescentou.   


Já o cônsul-geral da Itália em São Paulo, Michele Pala, que abriu o evento, expressou o desejo de fazer o público brasileiro ver que há "tantas coisas maravilhosas para se descobrir fora do clássico percurso Roma-Florença-Veneza".   


Brasil - Também presente no encontro, a responsável pela Enit no Brasil, Fernanda Longobardo, afirmou que o modelo de "capital italiana da cultura" poderia ser replicado no país latino-americano. Por meio desse sistema, a Itália promove uma cidade internacionalmente a cada ano - em 2019 será a vez de Matera, também "capital europeia da cultura".   


Para ela, tal iniciativa deveria ser seguida não somente pelos brasileiros, mas por outros países, pois faz com que "cidades sejam conhecidas no mundo todo". "As cidades esquecidas são revitalizadas, reflorescem, renascem quando ocorre esse tipo de projeto. Nosso país precisa tanto disso...", comentou.   


Já o presidente do Colégio Dante Alighieri, José Luiz Farina, anfitrião do evento, vê oportunidades de intercâmbio de estudantes italianos e brasileiros. "O Dante foi fundado há mais de 100 anos por três imigrantes italianos. Nossa 'obrigação' é o resgate da história com a Itália", explicou. A proposta foi feita pelo cônsul Michele Pala.   


Além de se dizer "favorável", Farina apontou que outros lugares do país europeu poderiam ser incluídos no programa. "Acho que é um caminho natural, não só em Palermo, mas em outras cidades", afirmou.   


O calendário de eventos do ano da cidade siciliana como "capital italiana da cultura" pode ser conferido no site https://www.palermocapitalecultura.it/. (ANSA)
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