Após 'veto' a mesquitas, muçulmanos compram igreja na Itália
BERGAMO, 26 OUT (ANSA) - Uma associação de muçulmanos de Bergamo, no norte da Itália, venceu uma licitação para comprar uma ex-igreja católica da cidade, como uma forma de driblar uma lei aprovada pela região da Lombardia em 2015 e que dificulta a construção de mesquitas.
A ex-igreja católica pertencia a frades capuchinhos, mas desde junho de 2015 era administrada pela comunidade ortodoxa romena.
O local, no entanto, foi inserido em uma lista de bens à venda pelo governo da Lombardia, e a associação de muçulmanos acabou vencendo a licitação nesta semana, com uma oferta de 450 mil euros (ágio de 8%).
Os romenos ortodoxos participaram da disputa, mas foram derrotados. Segundo a entidade islâmica, o objetivo é transformar a ex-igreja em uma mesquita, justamente na região que tentou impor restrições a templos muçulmanos.
Em 2015, o governo local, então chefiado por Roberto Maroni, da ultranacionalista Liga, aprovou uma lei que impõe severas restrições urbanísticas para a abertura de novos templos religiosos.
Embora o texto não faça menções a nenhum credo em específico, o objetivo declarado do governo era coibir novas mesquitas, incluindo duas que seriam construídas na capital regional, Milão.
"A região da Lombardia quer negar o direito de culto em Milão e depois transforma uma igreja de Bergamo em mesquita. Parem e se sentem à mesa do bom senso", ironizou o secretário de Urbanismo da Prefeitura de Milão, Pierfrancesco Maran, de centro-esquerda.
"A Liga, que faz campanha contra o Islã todos os dias, vende uma igreja à comunidade muçulmana. Quando é preciso fazer caixa, até as mesquitas servem", reforçou o conselheiro regional Dario Violi, do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), aliado da Liga no governo nacional.
O atual governador da Lombardia, Attilio Fontana, que pertence ao partido ultranacionalista, afirmou, no entanto, que fará valer o "direito de preferência" da região para manter a ex-igreja como local de culto cristão.
"Já falei por telefone com o padre Gheorghe Valescu, responsável pela comunidade ortodoxa romena em Bergamo, para tranquilizá-lo e mostrar as ações que a região fará para permitir que eles não percam seu lugar de culto", disse. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
A ex-igreja católica pertencia a frades capuchinhos, mas desde junho de 2015 era administrada pela comunidade ortodoxa romena.
O local, no entanto, foi inserido em uma lista de bens à venda pelo governo da Lombardia, e a associação de muçulmanos acabou vencendo a licitação nesta semana, com uma oferta de 450 mil euros (ágio de 8%).
Os romenos ortodoxos participaram da disputa, mas foram derrotados. Segundo a entidade islâmica, o objetivo é transformar a ex-igreja em uma mesquita, justamente na região que tentou impor restrições a templos muçulmanos.
Em 2015, o governo local, então chefiado por Roberto Maroni, da ultranacionalista Liga, aprovou uma lei que impõe severas restrições urbanísticas para a abertura de novos templos religiosos.
Embora o texto não faça menções a nenhum credo em específico, o objetivo declarado do governo era coibir novas mesquitas, incluindo duas que seriam construídas na capital regional, Milão.
"A região da Lombardia quer negar o direito de culto em Milão e depois transforma uma igreja de Bergamo em mesquita. Parem e se sentem à mesa do bom senso", ironizou o secretário de Urbanismo da Prefeitura de Milão, Pierfrancesco Maran, de centro-esquerda.
"A Liga, que faz campanha contra o Islã todos os dias, vende uma igreja à comunidade muçulmana. Quando é preciso fazer caixa, até as mesquitas servem", reforçou o conselheiro regional Dario Violi, do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), aliado da Liga no governo nacional.
O atual governador da Lombardia, Attilio Fontana, que pertence ao partido ultranacionalista, afirmou, no entanto, que fará valer o "direito de preferência" da região para manter a ex-igreja como local de culto cristão.
"Já falei por telefone com o padre Gheorghe Valescu, responsável pela comunidade ortodoxa romena em Bergamo, para tranquilizá-lo e mostrar as ações que a região fará para permitir que eles não percam seu lugar de culto", disse. (ANSA)
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