Jurista conservador vence eleições presidenciais na Tunísia
TÚNIS, 14 OUT (ANSA) - O jurista conservador independente Kais Saied tornou-se o novo presidente da Tunísia após vencer as eleições, cujo segundo turno ocorreu neste domingo (13), com cerca de 73% dos votos.
A vitória foi confirmada pela Comissão Superior Independente para Eleições (ISIE), que divulgou os resultados preliminares nesta segunda-feira (14).
Seu adversário, o magnata Nabil Karoui, que passou quase toda a disputa na cadeia, obteve 27,29%. Said, que baseou sua campanha em um discurso de integridade moral e contra a corrupção, havia terminado o primeiro turno com 18,40% dos votos, contra 15,58% de Karoui.
"Agradeço aos cidadãos e cidadãs que decidiram abrir uma nova página na história. O povo tunisiano deu uma lição ao mundo inteiro ao oferecer uma nova definição de revolução", disse o candidato vencedor.
Já Karoui admitiu a derrota, mas disse que sua prisão prejudicou a campanha. "Eu tinha um programa para erradicar a pobreza, mas não pude apresentá-lo. As 48 horas à minha disposição não me permitiram fazer grande coisa", declarou o candidato derrotado, que é acusado de crimes financeiros.
Karoui ficou preso por sete semanas e foi solto apenas na última quarta-feira (9), às vésperas do segundo turno. Seu partido, no entanto, será a principal força de oposição ao governo e terá a segunda maior bancada no Parlamento.
Primavera - Aos 61 anos, Saied se torna o segundo presidente eleito por sufrágio universal na Tunísia, caso único de democracia entre os países que protagonizaram a Primavera Árabe, em 2011. Ele substitui Beji Caid Essebsi, que morreu em julho passado, aos 92 anos de idade.
O presidente na Tunísia exerce apenas o cargo de chefe de Estado e cuida de assuntos como política externa, defesa e segurança nacional, enquanto o dia a dia do governo é responsabilidade do primeiro-ministro, função exercida hoje por Youssef Chahed, que fez campanha contra Karoui.
Saied é contra a abolição da pena de morte, o aborto e a descriminalização da homossexualidade. Ele se declara muçulmano, "mas não islamita". Seu programa prevê o saneamento das instituições estatais e a descentralização administrativa.
Sua primeira grande tarefa como presidente será empossar o novo primeiro-ministro, que terá trabalho para costurar alianças no fragmentado Parlamento tunisiano e garantir uma maioria estável para governar. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
A vitória foi confirmada pela Comissão Superior Independente para Eleições (ISIE), que divulgou os resultados preliminares nesta segunda-feira (14).
Seu adversário, o magnata Nabil Karoui, que passou quase toda a disputa na cadeia, obteve 27,29%. Said, que baseou sua campanha em um discurso de integridade moral e contra a corrupção, havia terminado o primeiro turno com 18,40% dos votos, contra 15,58% de Karoui.
"Agradeço aos cidadãos e cidadãs que decidiram abrir uma nova página na história. O povo tunisiano deu uma lição ao mundo inteiro ao oferecer uma nova definição de revolução", disse o candidato vencedor.
Já Karoui admitiu a derrota, mas disse que sua prisão prejudicou a campanha. "Eu tinha um programa para erradicar a pobreza, mas não pude apresentá-lo. As 48 horas à minha disposição não me permitiram fazer grande coisa", declarou o candidato derrotado, que é acusado de crimes financeiros.
Karoui ficou preso por sete semanas e foi solto apenas na última quarta-feira (9), às vésperas do segundo turno. Seu partido, no entanto, será a principal força de oposição ao governo e terá a segunda maior bancada no Parlamento.
Primavera - Aos 61 anos, Saied se torna o segundo presidente eleito por sufrágio universal na Tunísia, caso único de democracia entre os países que protagonizaram a Primavera Árabe, em 2011. Ele substitui Beji Caid Essebsi, que morreu em julho passado, aos 92 anos de idade.
O presidente na Tunísia exerce apenas o cargo de chefe de Estado e cuida de assuntos como política externa, defesa e segurança nacional, enquanto o dia a dia do governo é responsabilidade do primeiro-ministro, função exercida hoje por Youssef Chahed, que fez campanha contra Karoui.
Saied é contra a abolição da pena de morte, o aborto e a descriminalização da homossexualidade. Ele se declara muçulmano, "mas não islamita". Seu programa prevê o saneamento das instituições estatais e a descentralização administrativa.
Sua primeira grande tarefa como presidente será empossar o novo primeiro-ministro, que terá trabalho para costurar alianças no fragmentado Parlamento tunisiano e garantir uma maioria estável para governar. (ANSA)
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