Protestos contra condenações de separatistas provocam caos em Barcelona
Milhares de pessoas estão bloqueando o aeroporto El Prat, em Barcelona, além das principais ruas e uma via férrea da cidade, depois que o Tribunal Supremo da Espanha condenou nove líderes separatistas pela tentativa de independência da região. Os atos estão marcados por confrontos entre manifestantes e policiais e interditaram três ruas de Barcelona, várias estradas e o aeroporto, onde mais de 100 voos foram cancelados.
O governo espanhol enviou membros da polícia nacional para reforçar a segurança do terminal El Prat. Alguns militantes montaram barricadas com carrinhos de transporte de bagagens.
A polícia local, a Mossos d'Esquadra, realiza uma operação para expulsar os manifestantes do local. Os agentes utilizaram balas de borracha para dispersar a multidão. De acordo com o jornal "La Vanguardia", pelo menos 37 pessoas ficaram feridas e foram levadas ao posto de emergência médica. Nas ruas, os manifestantes exibem cartazes pedindo "Liberdade para os presos políticos". Diante da sede do pró-independência Omnium Cultural de Barcelona, um multidão gritava "Nós faremos de novo!" - slogan usado por apoiadores separatistas que apoiam um novo referendo.
A paralisação em Barcelona também fez com que o grupo chamado Tsunami Democrático convocasse um ato semelhante no aeroporto de Barajas, em Madrid.
O governo espanhol, por sua vez, disse esperar que a situação na Catalunha se "tranquilize nos próximos dias". "A Catalunha faz parte da Espanha, que é um país com um Estado de direito, onde as sentenças devem ser acatadas", disse a ministra do Trabalho, Migrações e Segurança Social, Magdalena Valério.
Já o primeiro-ministro socialista, Pedro Sánchez, ressaltou que a situação será tratada com "firmeza serena, proporcionalidade e unidade".
Condenações
O Tribunal Supremo da Espanha condenou políticos da Catalunha a penas que vão de nove a 13 anos de prisão por causa do plebiscito separatista de outubro de 2017, que culminou em uma declaração unilateral de independência considerada ilegal por Madri.
A pena mais alta foi dada ao ex-vice-presidente da Catalunha Oriol Junqueras. Já o ex-porta-voz da Presidência Jordi Turull, o ex-secretário catalão das Relações Exteriores Raül Romeva e a ex-secretária do Trabalho Dolors Bassa pegaram 12 anos de cadeia. Os quatro foram sentenciados pelos crimes de sedição e apropriação indébita.
A ex-presidente do Parlamento da Catalunha Carme Forcadell foi condenada a 11 anos e seis meses de reclusão; e os ex-secretários do Interior Joaquim Forn e do Território Josep Rull, a 10 anos e seis meses. Já Jordi Sànchez e Jordi Cuixart, presidentes de duas entidades da sociedade civil que organizaram protestos separatistas, pegaram nove anos de prisão.
Forcadell, Forn, Rull, Sànchez e Cuixart foram considerados culpados de sedição, mas não de apropriação indébita. Todos os nove condenados à cadeia também foram impedidos de ocupar cargos públicos pelo mesmo período de suas penas de reclusão.
Além disso, três ex-secretários catalães, Santi Vila (Empresa e Conhecimento), Meritxell Borràs (Governo) e Carles Mundó (Justiça), foram condenados ao pagamento de 10 meses de multa, com cota diária de 200 euros, por desobediência. Eles também foram interditados de cargos públicos por um ano e oito meses.
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