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UE critica Turquia por acordo de cessar-fogo na Síria

18/10/2019 18h36

BRUXELAS, 18 OUT (ANSA) - O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, condenou nesta sexta-feira (18) o acordo feito pelos Estados Unidos com a Turquia para cessar-fogo contra a minoria curda no nordeste da Síria, porque para ele a interrupção da ofensiva não é genuína. "A situação é bastante óbvia. Esse chamado 'cessar-fogo' não é o que esperávamos. Na verdade, não é um cessar-fogo, é uma exigência de capitulação dos curdos", disse em Bruxelas, onde acontece a cúpula da União Europeia (UE).   

O presidente do Conselho Europeu fez um apelo à Turquia para terminar de imediato a sua intervenção no território sírio e respeitar a lei humanitária internacional. O líder francês, Emmanuel Macron, por sua vez, também criticou o governo de Recep Tayyp Erdogan e classificou como "loucura" a operação. Além disso, ele fez dura crítica contra a incapacidade da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de tomar medidas necessárias para conter os ataques. O acordo, anunciado ontem pelo vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, durante visita a Ancara, prevê a suspensão dos ataques turcos por cinco dias, além do encerramento da intervenção militar, caso as forças curdas da Unidade de Proteção Popular (YPG), considerada como "terrorista" pela Turquia, se retirem durante este período das zonas fronteiriças com o nordeste da Síria.   

Apesar do cessar-fogo, as Forças Democráticas da Síria (SDF), coalizão majoritariamente curda que controla o nordeste do país árabe, acusou a Turquia de violar o acordo.   

Segundo Mustafa Bali, porta-voz das SDF, ataques aéreos e de artilharia atingiram "posições dos combatentes, assentamentos civis e o hospital de Ras al-Ayn", cidade fronteiriça que tem sido um dos principais palcos dos conflitos.   

A agência curda Firat publicou que os bombardeios desta sexta mataram cinco combatentes e deixaram dois guerrilheiros e oito civis feridos. Segundo a ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos (Sohr), durante os oito dias de ofensiva 72 civis, 224 soldados das Forças Democráticas Sírias e 183 homens apoiados pela Turquia morreram. (ANSA)
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