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Vaticano é readmitido em grupo de inteligência financeira

23/01/2020 11h59

CIDADE DO VATICANO, 23 JAN (ANSA) - Envolvido nos últimos anos em escândalos de lavagem de dinheiro, o Vaticano foi readmitido no Grupo de Egmont, um consórcio que reúne órgãos de inteligência financeira de mais de 160 países e territórios.   

A Autoridade de Informações Financeiras (AIF) do Vaticano faz parte da entidade desde julho de 2013, mas havia sido suspensa em novembro de 2019, o que colocara em xeque as medidas tomadas pelo papa Francisco para combater a lavagem de dinheiro.   

"Estou feliz em anunciar que, na noite de ontem [22], o presidente do Egmont, Mariano Federici, revogou a decisão de suspender a AIF do circuito informativo internacional 'Egmont Secure Web'. Trata-se de uma decisão de grande importância, que testemunha a confiança do Egmont no sistema de informações financeiras do Vaticano", disse o presidente da AIF, Carmelo Barbagallo.   

Com isso, o menor país do mundo volta a ter acesso a uma rede segura de informações sobre lavagem de dinheiro, financiamento de grupos terroristas e fraudes fiscais, entre outros crimes financeiros. Segundo Barbagallo, o Vaticano enviou ao Egmont esclarecimentos sobre os fatos que haviam provocado a suspensão.   

Um mês antes de perder o acesso à rede, o Vaticano havia sido chacoalhado por um novo escândalo financeiro, com a suspensão de cinco funcionários suspeitos de envolvimento em operações imobiliárias irregulares.   

O inquérito envolveu uma operação de busca e apreensão nos escritórios da AIF, levantando suspeitas no Egmont sobre a capacidade de o país manter o sigilo de relatórios de inteligência financeira.   

Entre os investigados está o diretor da AIF, Tommaso Di Ruzza, e o inquérito apura um investimento de US$ 200 milhões em um edifício residencial em Londres, dinheiro que teria saído do Óbolo de São Pedro, sistema de arrecadação de donativos da Igreja Católica.   

O próprio Papa admitiu o escândalo e disse que há indícios de corrupção no caso, que também custou o cargo do então comandante da Gendarmaria do Vaticano, Domenico Giani, acusado anonimamente de vazar informações sobre o inquérito para a imprensa. (ANSA)
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