Ativista marroquina e Guterres recebem prêmio católico-islâmico
04/02/2021 12h44
CIDADE DO VATICANO, 4 FEV (ANSA) - A ativista marroquina pela paz e pelo diálogo Latifah Ibn Ziaten e o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, são os primeiros vencedores do Prêmio Zayed 2021, dado pelo papa Francisco e pelo grande imã de Al-Azhar, Ahmad al-Tayebb nesta quinta-feira (4).
A data marca o Dia da Fraternidade Humana e o objetivo da premiação é promover pessoas e projetos que buscam a paz e a unidade entre os povos. Ela foi ratificada pela própria ONU em dezembro do ano passado por marcar o dia em que Francisco e al-Tayyeb firmaram o "Documento sobre a Fraternidade Humana para a Paz Mundial e a Convivência Comum", considerado um texto histórico de paz entre católicos e muçulmanos sunitas.
Ziaten fundou a Associação Imad para a Juventude e a Paz na França após uma história trágica na família. Ela foi para o país europeu aos 17 anos, onde mora até hoje, e teve cinco filhos. Um de seus filhos, Imad, que havia se alistado no Regimento de Paraquedismo da França, foi assassinado em Toulouse em 2012 e Ziaten foi atrás do assassino para entender qual o motivo que o levou a matar alguém.
Durante o encontro, ela acabou descobrindo um mundo de jovens que se sentiam abandonados e que não conseguiam se integrar na sociedade francesa. Por isso, fundou a associação com o nome do seu filho e viaja pela França para encontrar com jovens e contar a sua história. Assim, busca "preservar a harmonia social" entre novas e velhas gerações e entre os estrangeiros e os franceses.
"É uma grande honra, e também motivo de humildade, ter sido reconhecida pelo Prêmio Zayed pelo trabalho que eu e muitos outros fazem, a cada dia, para enfrentar o extremismo através do diálogo, do respeito recíproco e da coexistência pacífica. A coisa mais importante que espero é que esse prêmio ajude a sensibilizar um público mais amplo sobre a necessidade de continuar com esses esforços", disse Ziaten.
Já Guterres aproveitou a oportunidade para voltar a fazer um apelo "para uma trégua global em todos os sentidos no mundo para nos concentrarmos apenas na verdadeira luta que é derrotar a Covid-19". O apelo do líder da ONU já foi repetido mais de uma vez pelo Papa.
Durante o evento virtual, Jorge Mario Bergoglio ainda defendeu que "hoje a fraternidade é a nova fronteira da humanidade".
"Ou somos irmãos ou nos destruímos. Hoje não há espaço para a indiferença. Não podemos lavar as mãos com a distância, com o não cuidado, com o desinteresse. Ou somos irmãos ou tudo vai desmoronar. É a fronteira, é a fronteira na qual precisamos construir. É o desafio do nosso século, é o desafio dos nossos tempos", disse o líder católico.
O evento ainda contou com o apoio do príncipe herdeiro dos Emirados Árabes Unidos, xeque Mohammed bin Zayed bin Sultan Al Nahyan. (ANSA).
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A data marca o Dia da Fraternidade Humana e o objetivo da premiação é promover pessoas e projetos que buscam a paz e a unidade entre os povos. Ela foi ratificada pela própria ONU em dezembro do ano passado por marcar o dia em que Francisco e al-Tayyeb firmaram o "Documento sobre a Fraternidade Humana para a Paz Mundial e a Convivência Comum", considerado um texto histórico de paz entre católicos e muçulmanos sunitas.
Ziaten fundou a Associação Imad para a Juventude e a Paz na França após uma história trágica na família. Ela foi para o país europeu aos 17 anos, onde mora até hoje, e teve cinco filhos. Um de seus filhos, Imad, que havia se alistado no Regimento de Paraquedismo da França, foi assassinado em Toulouse em 2012 e Ziaten foi atrás do assassino para entender qual o motivo que o levou a matar alguém.
Durante o encontro, ela acabou descobrindo um mundo de jovens que se sentiam abandonados e que não conseguiam se integrar na sociedade francesa. Por isso, fundou a associação com o nome do seu filho e viaja pela França para encontrar com jovens e contar a sua história. Assim, busca "preservar a harmonia social" entre novas e velhas gerações e entre os estrangeiros e os franceses.
"É uma grande honra, e também motivo de humildade, ter sido reconhecida pelo Prêmio Zayed pelo trabalho que eu e muitos outros fazem, a cada dia, para enfrentar o extremismo através do diálogo, do respeito recíproco e da coexistência pacífica. A coisa mais importante que espero é que esse prêmio ajude a sensibilizar um público mais amplo sobre a necessidade de continuar com esses esforços", disse Ziaten.
Já Guterres aproveitou a oportunidade para voltar a fazer um apelo "para uma trégua global em todos os sentidos no mundo para nos concentrarmos apenas na verdadeira luta que é derrotar a Covid-19". O apelo do líder da ONU já foi repetido mais de uma vez pelo Papa.
Durante o evento virtual, Jorge Mario Bergoglio ainda defendeu que "hoje a fraternidade é a nova fronteira da humanidade".
"Ou somos irmãos ou nos destruímos. Hoje não há espaço para a indiferença. Não podemos lavar as mãos com a distância, com o não cuidado, com o desinteresse. Ou somos irmãos ou tudo vai desmoronar. É a fronteira, é a fronteira na qual precisamos construir. É o desafio do nosso século, é o desafio dos nossos tempos", disse o líder católico.
O evento ainda contou com o apoio do príncipe herdeiro dos Emirados Árabes Unidos, xeque Mohammed bin Zayed bin Sultan Al Nahyan. (ANSA).