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M5S segue no governo Draghi, mas cobra mudanças
ROMA, 6 JUL (ANSA) - Após uma hora de reunião, o ex-premiê da Itália Giuseppe Conte garantiu ao primeiro-ministro Mario Draghi que o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) vai continuar no governo, porém cobrou "descontinuidade" nas políticas econômicas.
O atual premiê e seu antecessor se reuniram na manhã desta quarta-feira (6) no Palácio Chigi, sede do governo, para tentar pacificar as tensões que ameaçavam o futuro da coalizão de união nacional que sustenta Draghi.
"Falamos com Draghi e entregamos um documento em nome do M5S.
Acumulamos um forte incômodo político. Estamos disponíveis a compartilhar uma responsabilidade de governo, como fizemos até agora, de modo leal e construtivo, mas é necessário um forte sinal de descontinuidade", declarou Conte após o encontro.
O ex-primeiro-ministro cobrou auxílios financeiros para famílias e empresas, a redução da carga tributária e a aprovação do salário mínimo, além da manutenção da renda de cidadania, principal programa de assistencialismo da Itália e que é alvo de críticas em outros partidos da base aliada.
"Não vamos permitir mais que a renda de cidadania seja colocada diariamente em discussão", declarou Conte. O programa distribui subsídios mensais de 500 a 1.050 euros para famílias de baixa renda, por um período máximo de 18 meses.
Os beneficiários são obrigados a se inscrever em uma plataforma de empregos e podem até perder a bolsa se recusarem repetidas ofertas de trabalho, mas críticos da renda de cidadania, especialmente partidos de centro e direita, dizem que a iniciativa não levou a um aumento da ocupação.
O M5S e a esquerda, por sua vez, alegam que muitos desempregados recusam ofertas de trabalho por causa dos baixos salários pagos pelos empregadores, o que poderia ser solucionado com a instituição de um salário mínimo.
"Draghi vai tomar um pouco de tempo para avaliar nossos pedidos, eu não esperava uma resposta imediata, não seria nem sério", acrescentou Conte.
Crise - Um eventual desembarque do M5S poderia jogar o governo Draghi em uma crise política faltando menos de um ano para as próximas eleições legislativas, previstas para o primeiro semestre de 2023.
A turbulência aumentou no fim de junho, quando jornais italianos divulgaram que o premiê teria pedido ao fundador do M5S, Beppe Grillo, para remover Conte da presidência do partido por achá-lo "inadequado".
Draghi nega, mas a tensão o obrigou a abandonar uma cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), na semana passada, um dia antes do previsto. Conte também questiona algumas medidas tomadas pelo governo, como o envio de armas à Ucrânia, mas ainda precisa lidar com cisões internas no M5S.
A última delas ocorreu em 21 de junho, quando o ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, figura histórica do movimento, anunciou sua saída do partido por discordar da linha de Conte sobre a ajuda militar a Kiev.
O chanceler ainda levou com ele mais de 50 deputados e 10 senadores, reduzindo o poder de barganha do movimento, que chegou a ser o partido mais popular da Itália em 2018, mas hoje amarga o quarto lugar nas pesquisas, com cerca de 10% das intenção de voto. (ANSA).
Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
O atual premiê e seu antecessor se reuniram na manhã desta quarta-feira (6) no Palácio Chigi, sede do governo, para tentar pacificar as tensões que ameaçavam o futuro da coalizão de união nacional que sustenta Draghi.
"Falamos com Draghi e entregamos um documento em nome do M5S.
Acumulamos um forte incômodo político. Estamos disponíveis a compartilhar uma responsabilidade de governo, como fizemos até agora, de modo leal e construtivo, mas é necessário um forte sinal de descontinuidade", declarou Conte após o encontro.
O ex-primeiro-ministro cobrou auxílios financeiros para famílias e empresas, a redução da carga tributária e a aprovação do salário mínimo, além da manutenção da renda de cidadania, principal programa de assistencialismo da Itália e que é alvo de críticas em outros partidos da base aliada.
"Não vamos permitir mais que a renda de cidadania seja colocada diariamente em discussão", declarou Conte. O programa distribui subsídios mensais de 500 a 1.050 euros para famílias de baixa renda, por um período máximo de 18 meses.
Os beneficiários são obrigados a se inscrever em uma plataforma de empregos e podem até perder a bolsa se recusarem repetidas ofertas de trabalho, mas críticos da renda de cidadania, especialmente partidos de centro e direita, dizem que a iniciativa não levou a um aumento da ocupação.
O M5S e a esquerda, por sua vez, alegam que muitos desempregados recusam ofertas de trabalho por causa dos baixos salários pagos pelos empregadores, o que poderia ser solucionado com a instituição de um salário mínimo.
"Draghi vai tomar um pouco de tempo para avaliar nossos pedidos, eu não esperava uma resposta imediata, não seria nem sério", acrescentou Conte.
Crise - Um eventual desembarque do M5S poderia jogar o governo Draghi em uma crise política faltando menos de um ano para as próximas eleições legislativas, previstas para o primeiro semestre de 2023.
A turbulência aumentou no fim de junho, quando jornais italianos divulgaram que o premiê teria pedido ao fundador do M5S, Beppe Grillo, para remover Conte da presidência do partido por achá-lo "inadequado".
Draghi nega, mas a tensão o obrigou a abandonar uma cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), na semana passada, um dia antes do previsto. Conte também questiona algumas medidas tomadas pelo governo, como o envio de armas à Ucrânia, mas ainda precisa lidar com cisões internas no M5S.
A última delas ocorreu em 21 de junho, quando o ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, figura histórica do movimento, anunciou sua saída do partido por discordar da linha de Conte sobre a ajuda militar a Kiev.
O chanceler ainda levou com ele mais de 50 deputados e 10 senadores, reduzindo o poder de barganha do movimento, que chegou a ser o partido mais popular da Itália em 2018, mas hoje amarga o quarto lugar nas pesquisas, com cerca de 10% das intenção de voto. (ANSA).
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