Venezuela fechará fronteira com Colômbia todas as noites para evitar contrabando
A Venezuela disse que vai fechar sua fronteira com a Colômbia durante a noite a partir de segunda-feira para tentar impedir o contrabando em grande escala de gasolina e alimentos.
O governo diz que toneladas de mercadorias produzidas na Venezuela e fortemente subsidiadas são vendidas na Colômbia a preços muito mais altos. A escassez de muitos alimentos básicos na área da fronteira oeste da Venezuela neste ano levou a protestos contra o governo do presidente, Nicolás Maduro.
A fronteira de 2.200km será fechada das 22h às 5h no horário local. Veículos de carga, incluindo vans e caminhões, serão proíbidos de cruzar da Venezuela à Colômbia entre 18h e 5h. A medida foi acertada entre os dois países.
O contrabando na fronteira também é um problema para a Colômbia, que registra uma grande perda em impostos e queixas de concorrência desleal por parte de empresários locais.
Os lucros são muitas vezes utilizados para financiar quadrilhas de traficantes e guerrilheiros de esquerda, disse o correspondente da BBC em Bogotá Arturo Wallace.
Mais de 40 milhões de litros de gasolina e 21 mil toneladas de alimentos foram apreendidos até agora este ano.
"Eles estavam prontos para serem contrabandeados através da fronteira", disse o chefe do Comando Estratégico Operacional das Forças Armadas da Venezuela, Vladimir Padrino Lopez.
"Essa quantidade de alimentos é suficiente para alimentar 700 mil pessoas por um mês".
O governo venezuelano subsidia gasolina e muitos alimentos básicos, como leite, arroz e massas, que são vendidos a preços controlados. Mas autoridades dizem que até 40% dos produtos produzidos na Venezuela acabam no outro lado da fronteira.
A insatisfação com a falta de muitos itens, a criminalidade desenfreada e a alta inflação levaram milhares de pessoas nos Estados venezuelanos de Táchira e Mérida a protestar em janeiro.
Os protestos rapidamente se espalharam pelo resto da Venezuela.
A oposição acusa o fracasso de políticas de esquerda dos últimos 15 anos - iniciada com o falecido presidente, Hugo Chávez - pela crise econômica do país.
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