Conteúdo publicado há 4 meses

Policial penal que matou jovem em loja em BH se entrega e é liberado

O policial penal Willian Lopes dos Santos, que baleou e matou um jovem de 23 anos em uma loja de caça-níquel em Belo Horizonte, se apresentou na tarde desta terça-feira (2) à polícia. A motivação do crime seria xingamentos que a vítima teria feito à esposa e à filha do homem pelas redes sociais

O que aconteceu

Willian Lopes dos Santos foi ouvido e liberado. Ele deixou o Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa acompanhado pelo advogado. A informação foi confirmada por Jean Otoni, presidente do Sindicato dos Policiais Penais de Minas Gerais.

A Polícia Civil de Minas Gerais instaurou inquérito para apurar o caso. Em nota, a assessoria de comunicação da instituição informou que outras informações só poderão ser divulgadas ao final das investigações.

O UOL tentou contato com William por um número que não atende e nem recebe mensagens. Os advogados dele não foram encontrados até o momento. Este texto será atualizado se houver posicionamento do suspeito sobre o assunto.

Relembre o caso

Segundo a polícia, David Alexandre Castorino Moreira foi morto por causa de mensagens postadas em uma rede social. O crime ocorreu na última sexta-feira (28), no bairro Copacabana, em Belo Horizonte.

Jovem foi assassinado em seu local de trabalho.

Câmeras de segurança gravaram momento em que David é baleado. Nas imagens, é possível ver que o policial penal confronta o jovem.

Ele levou coronhadas e reagiu às agressões antes de ser baleado. William fugiu do local após atirar em David, mostram as imagens de câmera de segurança.

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Mensagens enviadas à filha do policial penal teriam motivado crime. À polícia, familiares de David contaram que o jovem teria enviado mensagens à filha do suspeito chamando-a para sair após uma briga com a namorada dele.

Após a garota recusar o convite para sair, David teria a chamado de "baranga". A mãe da menina interveio e também foi insultada pelo jovem, que a mandou "preparar um jantar". Os xingamentos teriam ocorrido pela internet, segundo registro policial.

Policial penal não se apresentou para cumprir escala de trabalho após o crime. Em nota, a Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública de MG) confirmou o envolvimento de William no homicídio e disse que ele não compareceu ao trabalho na Penitenciária Nelson Hungria, no município de Contagem, onde está lotado.

Posicionamento da Sejusp. A secretaria também afirmou que "a Polícia Civil está à frente das investigações criminais que indicarão a autoria e circunstâncias do fato registrado".

Destruiu minha família e a dele, diz pai de jovem morto

Câmera de segurança gravou momento em que David Alexandre Castorino Moreira foi executado
Câmera de segurança gravou momento em que David Alexandre Castorino Moreira foi executado Imagem: Arquivo familiar

O pai de David Alexandre Castorino Moreira diz que tem dificuldade de entender a demora para a prisão do suspeito do crime.

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"Se fosse ao contrário, já estaria preso". Em entrevista ao UOL, Glayson Moreira, 47, afirmou que gostaria de ver um empenho maior na busca por William. O policial foi gravado atirando em David, fugiu do local e não se apresentou ao trabalho após o crime. Ele teria ido até o trabalho do jovem para tirar satisfações após David chamar a filha dele de "baranga".

"Famílias destruídas por crime bárbaro". Glayson, que viu os vídeos do filho sendo baleado e as mensagens que ele teria trocado com a família do policial, afirmou que espera que ele pague pelo crime cometido.

O homem também questionou qual o treinamento recebido pelo policial penal. O pai de David afirmou que a atitude do suspeito manchou a imagem da instituição, que, para ele, "tem 99% de bons policiais". "Não quero generalizar, mas fica a pergunta: Como está a saúde mental dos agentes?".

A Polícia Militar chegou a ir até casa do policial após o crime, mas esposa informou que ele não se entregaria. A informação consta no registro de ocorrência da PM ao qual o UOL teve acesso nesta terça-feira (2).

Sei que não vai trazer o meu filho de volta, mas ele tem que pagar pelo crime bárbaro que ele fez comigo, com a nossa família. Ele destruiu a minha família, mas a família dele também ficou destruída.
Glayson Moreira da Silva, pai de David, ao UOL

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