Irã aceita abrir usinas nucleares a inspetores, dizem diplomatas
Fontes diplomáticas em Viena afirmam que o Irã aceitou nesta terça-feira (14) o monitoramento de suas atividades nucleares em troca da suspensão das sanções contra o país.
O acordo, no entanto, não prevê acesso automático de inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) às usinas iranianas.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, classificou a decisão de "erro histórico" e disse que ela abre o caminho para o Irã produzir armas nucleares.
A expectativa é de que o desfecho seja anunciado pela União Europeia ao fim da plenária que começou às 8h30m GMT (5h30m, em Brasília).
As negociações com o Irã já duram seis anos e envolvem Estados Unidos, Rússia, Grã Bretanha, França, China e Alemanha.
As potências ocidentais exigem que o Irã reduza as suas atividades nucleares para garantir que não será capaz de produzir armamentos.
Denominador comum
Já o governo iraniano sempre afirmou que o seu programa nuclear tem fins pacíficos e quer o fim das sanções internacionais.
Um diplomata afirmou à agência de notícias Associated Press que a chave para o acordo foi encontrar um denominador comum que permitiu abrir as usinas para inspeção.
O Irã dará acesso a bases militares aos monitores da ONU, mas o país terá direito de questionar estas requisições, segundo o diplomata.
O governo de Teerã, por sua vez, aceitou que as sanções podem voltar a ser impostas caso o acordo seja violado, fontes diplomáticas afirmaram à agência Reuters.
Um embargo da ONU a armamentos continuaria a vigorar por mais cinco anos e as sanções da ONU sobre mísseis seriam mantidas por oito anos.
A Reuters também citou dois diplomatas iranianos que teriam confirmado o acordo.
"Todo o trabalho duro valeu a pena e selamos um acordo. Deus abençoe o nosso povo", o diplomata disse à Reuters.
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