Mama Cax, a modelo negra e com deficiência que lutou por inclusão na moda e morreu aos 30
Homenageada no Google nesta quarta-feira (8/2), a haitiana-americana foi uma das vozes mais ativas em prol da representatividade das mulheres negras e com deficiência. Há exatos quatro anos, ela estreou nas passarelas da Semana de Moda de Nova York.
A artista e modelo Mama Cax foi uma das vozes mais ativas pela inclusão de mulheres negras com deficiência no mundo da moda.
No dia em que se completam quatro anos de sua estreia nas passarelas da Semana de Moda de Nova York, ela é homenageada pelo Google na página inicial do buscador de internet.
- Yves Saint Laurent, o costureiro que vestiu as mulheres em luta pela emancipação
- Delphine Arnault, a herdeira do homem mais rico do mundo que comandará a Dior
"A modelo e ativista é lembrada por expandir a imagem de como as pessoas com deficiência deveriam ser ou parecer", aponta o Google numa postagem de blog.
"A vibrante arte de hoje é um reflexo da brilhante vida de Cax", complementa o texto.
Quem é Mama Cax
Nascida como Cacsmy Brutus no dia 20 de novembro de 1989, em Nova York, nos Estados Unidos, ela passou boa parte da vida em Porto Príncipe, no Haiti.
Aos 14 anos, foi diagnosticada com um câncer no pulmão e nos ossos.
Dois anos depois, Cax precisou ser submetida a uma cirurgia para colocar uma prótese no quadril ? durante o procedimento, sua perna direita acabou amputada.
"Num primeiro momento, ela ficou deprimida e demorou a aceitar a prótese na perna, porque ela gostaria que o equipamento parecesse mais realista e estivesse mais próximo de seu tom de pele", descreve o Google.
Com o passar do tempo, Cax passou a expressar seu estilo por meio de roupas, maquiagens e cabelos cada vez mais coloridos.
Nesse período, ela também passou a usar próteses de perna com vários motivos artísticos.
A modelo ainda abraçou a atividade física ? e chegou a completar uma maratona em Nova York com uma handbike (em que os pedais são movidos com as mãos).
Representatividade
"Conforme o movimento da positividade corporal cresceu, Cax percebeu que mulheres negras e com deficiência eram pouco representadas nas mídias sociais", informa o Google.
Ela começou então a fazer postagens regulares nas redes, em que defendia a inclusão dessas pessoas no mundo fashion.
Em 2017, ela estreou sua primeira campanha de moda. Um ano depois, foi capa da revista Teen Vogue.
Nesse período, a haitiana-americana se tornou modelo de grandes marcas, como Sephora, Asos e Tommy Hilfiger.
Em 8 de fevereiro de 2019 ? há exatos quatro anos ? Cax desfilou na Semana de Moda de Nova York.
Nesse mesmo ano, o câncer da modelo se agravou e ela morreu aos 30 anos.
"Como uma sobrevivente do câncer, ela se acostumou a enfrentar de frente e com sucesso os vários desafios da vida. É com essa mesma coragem que lutou em seus últimos dias", escreveu à época a família de Cax numa postagem nas redes sociais.
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