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Premiê húngaro quer acelerar construção de cerca na fronteira

Centenas de refugiados se acomodam dentro da estação de trem de Keleti, a principal de Budapeste (Hungria) - Frank Augstein/AP
Centenas de refugiados se acomodam dentro da estação de trem de Keleti, a principal de Budapeste (Hungria) Imagem: Frank Augstein/AP

08/09/2015 11h34

Anúncio é feito após centenas de migrantes furarem barreira policial e caminharem em direção a Budapeste

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, disse querer acelerar a construção de uma cerca para impedir a entrada de migrantes no sul do país. Segundo a edição desta terça-feira (8) do jornal pró-governo "Magyar Idok", o premiê se disse convencido da necessidade de empregar mais trabalhadores para o projeto, após uma inspeção não anunciada da barreira no dia anterior.

Inicialmente, a Hungria anunciou que construiria a cerca, com 4 metros de altura, ao longo dos 175 quilômetros de fronteira com a Sérvia até o fim de novembro. No entanto, em julho, Orban pediu que a construção fosse completada até o fim de agosto.

O anúncio do premiê foi feito horas depois de aproximadamente 200 refugiados romperem a barreira policial perto da fronteira com a Sérvia e seguirem a pé em direção à Budapeste, nesta segunda-feira.

O grupo se deslocou pelo acostamento da rodovia que liga à capital, percorrendo 24 quilômetros até ser parado por policiais. Os migrantes concordaram, então, em embarcar em ônibus para retornar ao posto de registro na fronteira.

Os 200 migrantes faziam parte de uma multidão de cerca de mil pessoas que haviam forçado a barreira policial em Röszke, próxima a fronteira com a Sérvia, o primeiro ponto de parada de refugiados que tentam ingressar na União Europeia.

Autoridades foram obrigadas a fechar o posto de fronteira da Estrada M5 após o grupo pular a barreira e começar a caminhar na rodovia em direção a Budapeste. Ocorreram confrontos físicos leves entre migrantes e policiais. Com cantos alusivos à "liberdade", migrantes mostravam-se impacientes após horas de espera a céu aberto, enquanto ônibus traziam mais pessoas para os locais de registro.

O cada vez mais lotado acampamento de Röszke foi palco de conflitos entre autoridades e refugiados. Na semana passada, policiais chegaram a usar bombas de gás lacrimogêneo contra migrantes que haviam atirado pedras contra eles.

No mesmo dia em que episódios violentos foram registrados em Röszke, o Parlamento húngaro aprovou uma série de leis em resposta à crise migratória, que devem entrar em vigor no dia 15 de setembro.

Por sua vez, Alemanha e França concordaram em aliviar o peso sobre Grécia, Itália e Hungria ao receberem dezenas de milhares de requerentes de asilo que se encontram nesses países. A Alemanha vai receber 40 mil migrantes, e a França, 30 mil, como parte de um novo esboço para um sistema de cotas apresentado pela União Europeia.