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Rússia descarta explosão em avião militar que caiu no Mar Negro

29/12/2016 16h23

Caixa-preta indica que Tupolev Tu-154 não explodiu, mas autoridades não descartam ato terrorista. Comissão que investiga causa da queda analisa várias teorias, incluindo pássaro na turbina.As autoridades russas que investigam a queda de um avião militar que matou 92 pessoas afirmaram, nesta quinta-feira (29/12), que não houve explosão a bordo, mas que não descartam um "ato terrorista" como causa. Os investigadores disseram que entre as causas mais prováveis do desastre estão uma falha técnica ou um erro do piloto.O Tupolev Tu-154 caiu minutos depois de decolar, em Sochi, com destino à Síria, no domingo. Entre os passageiros do avião estavam 64 membros do famoso Coro Ensemble Alexandrov, do Exército Vermelho, que ia se apresentar para as tropas russas estacionadas na Síria em um concerto de Ano Novo."Com base na análise preliminar dos dados da gravação de voz do cockpit, chegamos à conclusão de que não houve explosão a bordo", disse o chefe de segurança aérea da Força Aérea da Rússia, Serguei Bainetov, que faz parte de uma comissão governamental que investiga o acidente. "Mas este não é o único tipo de ato terrorista. Poderia ter sido qualquer tipo de impacto mecânico, portanto não descartamos terrorismo."Bainetov afirmou que a comissão está investigando sete teorias, que incluem combustível de má qualidade causando falha nos motores e a possibilidade de um pássaro ter atingido uma das turbinas. "Não há nenhuma teoria principal", acrescentou.O ministro dos Transportes, Maxim Sokolov, disse que um ato de terrorismo não está entre as principais teorias, mas os comentários de Bainetov foram a indicação mais clara até então de que isso seria uma possibilidade.Bainetov disse que serão necessários ao menos dez dias para decifrar o conteúdo da caixa preta principal da aeronave. A caixa-preta foi levada para Moscou na quarta-feira. Ele comunicou também que não haverá conclusões sobre a causa do acidente dentro dos próximos 30 dias.O chefe de segurança aérea da Força Aérea russa afirmou ainda que o uso do Tupolev Tu-154, um projeto envelhecido da era soviética ainda ativamente usado pelo governo russo, mas não pelas grandes companhias aéreas comerciais, não será encerrado devido ao acidente.Anteriormente, agências russas de notícias relataram – citando fontes – que Moscou ordenou que todos os aviões Tu-154 ficasse temporariamente em solo até que as causas da queda no Mar Negro fossem identificadas.Por fim, Sokolov comunicou que foram recuperados 19 corpos, além de 230 fragmentos de restos mortais e quase dois mil pedaços de destroços da aeronave.PV/rtr/dpa/lusa