Premiê volta ao Líbano após renúncia inesperada
Saad Hariri estava na Arábia Saudita quando anunciou sua demissão em 4 de novembro e, desde então, não havia retornado a seu país. Ele deve se reunir nesta quarta com presidente libanês, que ainda não aceitou renúncia.O primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, retornou a Beirute nesta terça-feira (21/11), mais de duas semanas após ter informado, de forma inesperada, sua renúncia ao cargo. O chefe de governo estava na Arábia Saudita quando fez o anúncio da demissão, e não pisava no Líbano desde então.
A televisão libanesa exibiu imagens ao vivo da chegada de Hariri no aeroporto internacional de Beirute, onde ele aparece descendo de um avião em meio a um forte esquema de segurança.
O premiê não falou com os jornalistas que o aguardavam no terminal. Após deixar o local, seguiu para sua residência, no centro de Beirute, mas antes visitou o túmulo de seu pai, Rafiq Hariri, que também foi primeiro-ministro do país. Ele morreu em 2005 num atentado com carro-bomba.
Antes de chegar à capital libanesa, Hariri fez paradas nesta terça-feira no Egito e no Chipre, onde se encontrou com os presidentes de cada país, Abdel Fattah al-Sisi e Nicos Anastasiades, respectivamente, para debater a crise no Líbano e na região do Oriente Médio.
Hariri havia passado duas semanas em Riad após seu anúncio de demissão, e depois viajou à França a convite do presidente Emmanuel Macron. No sábado passado, os dois líderes se reuniram no Palácio do Eliseu, em Paris, onde debateram também sobre a crise política que assola o Líbano desde o anúncio de renúncia do premiê.
Na capital francesa, o chefe de governo libanês já havia antecipado que voltaria a Beirute nesta semana para participar das celebrações do Dia da Independência, em 22 de novembro. A cerimônia é normalmente comandada pelo presidente, primeiro-ministro e chefe do Parlamento libanês.
Em Beirute, Hariri deve também se encontrar, nesta quarta-feira, com o presidente do país, Michel Aoun, para tratar das questões acerca de sua demissão. Aoun se recusou a aceitar oficialmente a renúncia do premiê até que ele retornasse ao país e fizesse o pedido pessoalmente.
Em entrevista na televisão em 12 de novembro, Hariri deu a entender que ainda pode rever sua decisão, mas apenas se o grupo militante xiita Hisbolá assumir o compromisso de respeitar a política do governo libanês e não se envolver em conflitos regionais.
Renúncia inesperada
O primeiro-ministro anunciou sua renúncia em 4 de novembro passado durante uma visita à Arábia Saudita, gerando uma crise política no Líbano. Na ocasião, ele disse temer ser assassinado, atacou o Hisbolá e criticou a ingerência do Irã em seu país.
Grupos políticos libaneses, por outro lado, acusam a Arábia Saudita de ter obrigado Hariri a renunciar, como forma de atingir indiretamente o Hisbolá, aliado do governo libanês. O presidente Aoun também duvidou que a decisão de Hariri tenha "refletido sua vontade".
O premiê, por outro lado, rechaçou tais alegações e disse ter escrito sua carta de renúncia com "a própria mão". Ele ainda concordou que "teria sido melhor" ter renunciado a partir do Líbano, mas alegou correr perigo em seu país.
O anúncio de renúncia de Hariri trouxe o temor de que o Líbano, país de frágeis equilíbrios entre as suas diversas comunidades, caia de novo na violência.
EK/dw/rtr/dpa/ap/afp/efe
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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App
A televisão libanesa exibiu imagens ao vivo da chegada de Hariri no aeroporto internacional de Beirute, onde ele aparece descendo de um avião em meio a um forte esquema de segurança.
O premiê não falou com os jornalistas que o aguardavam no terminal. Após deixar o local, seguiu para sua residência, no centro de Beirute, mas antes visitou o túmulo de seu pai, Rafiq Hariri, que também foi primeiro-ministro do país. Ele morreu em 2005 num atentado com carro-bomba.
Antes de chegar à capital libanesa, Hariri fez paradas nesta terça-feira no Egito e no Chipre, onde se encontrou com os presidentes de cada país, Abdel Fattah al-Sisi e Nicos Anastasiades, respectivamente, para debater a crise no Líbano e na região do Oriente Médio.
Hariri havia passado duas semanas em Riad após seu anúncio de demissão, e depois viajou à França a convite do presidente Emmanuel Macron. No sábado passado, os dois líderes se reuniram no Palácio do Eliseu, em Paris, onde debateram também sobre a crise política que assola o Líbano desde o anúncio de renúncia do premiê.
Na capital francesa, o chefe de governo libanês já havia antecipado que voltaria a Beirute nesta semana para participar das celebrações do Dia da Independência, em 22 de novembro. A cerimônia é normalmente comandada pelo presidente, primeiro-ministro e chefe do Parlamento libanês.
Em Beirute, Hariri deve também se encontrar, nesta quarta-feira, com o presidente do país, Michel Aoun, para tratar das questões acerca de sua demissão. Aoun se recusou a aceitar oficialmente a renúncia do premiê até que ele retornasse ao país e fizesse o pedido pessoalmente.
Em entrevista na televisão em 12 de novembro, Hariri deu a entender que ainda pode rever sua decisão, mas apenas se o grupo militante xiita Hisbolá assumir o compromisso de respeitar a política do governo libanês e não se envolver em conflitos regionais.
Renúncia inesperada
O primeiro-ministro anunciou sua renúncia em 4 de novembro passado durante uma visita à Arábia Saudita, gerando uma crise política no Líbano. Na ocasião, ele disse temer ser assassinado, atacou o Hisbolá e criticou a ingerência do Irã em seu país.
Grupos políticos libaneses, por outro lado, acusam a Arábia Saudita de ter obrigado Hariri a renunciar, como forma de atingir indiretamente o Hisbolá, aliado do governo libanês. O presidente Aoun também duvidou que a decisão de Hariri tenha "refletido sua vontade".
O premiê, por outro lado, rechaçou tais alegações e disse ter escrito sua carta de renúncia com "a própria mão". Ele ainda concordou que "teria sido melhor" ter renunciado a partir do Líbano, mas alegou correr perigo em seu país.
O anúncio de renúncia de Hariri trouxe o temor de que o Líbano, país de frágeis equilíbrios entre as suas diversas comunidades, caia de novo na violência.
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