Argentina diz que submarino não sofreu ataque externo
Segundo Marinha, não há indícios de que embarcação tenha sido atacada por força naval de outro país. Porta-voz fala pela primeira vez em princípio de incêndio ocorrido em 15 de novembro, dia do desaparecimento.A Marinha da Argentina negou nesta segunda-feira (27/11) os relatos de que o submarino ARA San Juan, desaparecido há 12 dias, teria sido atacado por uma embarcação da força naval de outro país. "Não há indícios de um ataque externo", afirmou o porta-voz da Marinha, Enrique Balbi.
No entanto, o funcioário confirmou que "pode ter havido um incêndio ou um arco elétrico [descarga similar a uma chama ou fagulha instantânea]" dentro do submarino, o que poderia ter causado uma implosão.
Em entrevista na sede da força armada em Buenos Aires, Balbi desmentiu uma série de suposições que têm sido levantadas nas redes sociais desde que a Marinha confirmou, na semana passada, que um som anormal detectado na data e próximo ao local do desaparecimento do submarino é consistente com uma explosão.
Nesta segunda-feira, Balbi revelou que o comandante do ARA San Juan relatou, no último dia de contato, 15 de novembro, que houve um princípio de incêndio que afetou o sistema de baterias da proa da embarcação.
Segundo explicou o porta-voz da Marinha, o submarino relatou "ingresso de água pelo snorkel porque estava carregando baterias". "A entrada de água pelo snorkel e pelo sistema de ventilação foi [em direção] a uma bandeja de baterias de proa, provocando um curto-circuito e princípio de incêndio, o que para nós é fumaça sem fogo."
O problema pôde ser corrigido, de acordo com o relato do comandante. A bateria teria sido "eletricamente isolada", e o submarino seguiu seu trajeto até a base em Mar del Plata, impulsionado pelo "circuito de popa", explicou Balbi.
O porta-voz ainda negou a hipótese de que a embarcação tenha explodido por armamento, uma vez que "não levava mísseis". Também não se registrou a presença de minas na zona de buscas. Segundo Balbi, "nessa profundidade, uma mina apoiada no fundo [do mar] não poderia chegar a produzir uma detonação".
Suspeitas de irregularidades
Diante da suspeita de que poderia ter havido irregularidades em licitações e contratos, o Gabinete Anticorrupção iniciou uma investigação administrativa dos últimos reparos feitos no submarino, entre 2008 e 2014, que tiveram intenção de prolongar seu tempo de serviço.
Balbi afirmou que o "estado operacional" do submarino, que começou a navegar em 1985, foi devidamente documentado, adicionando que os documentos serão entregues à Justiça argentina assim que as buscas pelo submarino forem concluídas.
As suspeitas sobre o estado do submarino foram levantadas pelo diário argentino La Nación, que relatou irregularidades na compra de uma bateria quando o submarino foi consertado.
O jornal citou um relatório de 2015/16 do Ministério argentino da Defesa, dizendo que a Marinha não tinha cumprido as normas e padrões operacionais no procedimento de conserto e na compra das baterias para favorecer algumas empresas.
Fontes do governo disseram à publicação que o governo estava investigando "todos os processos no interior da Marinha", mas que a prioridade é encontrar o submarino.
Buscas intensas
A intensa busca pelo submarino ARA San Juan, com 44 tripulantes, não teve resultados ainda, 12 dias depois de seu desaparecimento no Atlântico Sul. A embarcação fez o último contato com sua base no dia 15 de novembro.
As expectativas agora se concentram na chegada à zona de operações de um mini-submarino americano e de um veículo submergível russo que pode descer até mil metros de profundidade no mar.
Enquanto isso, barcos e aviões continuam a rastrear, com sondas multiuso, a área onde se detectou uma explosão em 15 de novembro, poucas horas depois da última comunicação do submarino com a base e próximo à sua última posição conhecida.
Veículos aéreos, navais e logísticos argentinos e de outros 13 países participam das buscas, entre eles Estados Unidos, Rússia e Reino Unido. A Marinha destacou que está sendo realizada uma varredura do fundo do mar em uma área com um raio de 36 quilômetros, coincidente com a região onde se detectou a explosão.
Ao todo, 14 embarcações refazem a possível trajetória do submarino. Seis delas estão realizando uma "varredura lenta" da zona no interior do raio cujo centro é o local do registro da explosão.
O ARA San Juan navegava de Ushuaia, no extremo sul da Argentina, rumo ao seu posto na base naval de Mar del Plata, 400 quilômetros ao sul de Buenos Aires, com 44 tripulantes.
A Marinha não descarta a possibilidade de sobrevivência em "situação extrema". No entanto, o possível esgotamento do oxigênio dentro do submarino é um fator crítico nas buscas, uma vez que as reservas disponíveis na nave – sem ter subido à superfície desde o sumiço do submarino – poderiam ser suficientes para sete dias em média, dependendo da situação.
RK/dpa/efe
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No entanto, o funcioário confirmou que "pode ter havido um incêndio ou um arco elétrico [descarga similar a uma chama ou fagulha instantânea]" dentro do submarino, o que poderia ter causado uma implosão.
Em entrevista na sede da força armada em Buenos Aires, Balbi desmentiu uma série de suposições que têm sido levantadas nas redes sociais desde que a Marinha confirmou, na semana passada, que um som anormal detectado na data e próximo ao local do desaparecimento do submarino é consistente com uma explosão.
Nesta segunda-feira, Balbi revelou que o comandante do ARA San Juan relatou, no último dia de contato, 15 de novembro, que houve um princípio de incêndio que afetou o sistema de baterias da proa da embarcação.
Segundo explicou o porta-voz da Marinha, o submarino relatou "ingresso de água pelo snorkel porque estava carregando baterias". "A entrada de água pelo snorkel e pelo sistema de ventilação foi [em direção] a uma bandeja de baterias de proa, provocando um curto-circuito e princípio de incêndio, o que para nós é fumaça sem fogo."
O problema pôde ser corrigido, de acordo com o relato do comandante. A bateria teria sido "eletricamente isolada", e o submarino seguiu seu trajeto até a base em Mar del Plata, impulsionado pelo "circuito de popa", explicou Balbi.
O porta-voz ainda negou a hipótese de que a embarcação tenha explodido por armamento, uma vez que "não levava mísseis". Também não se registrou a presença de minas na zona de buscas. Segundo Balbi, "nessa profundidade, uma mina apoiada no fundo [do mar] não poderia chegar a produzir uma detonação".
Suspeitas de irregularidades
Diante da suspeita de que poderia ter havido irregularidades em licitações e contratos, o Gabinete Anticorrupção iniciou uma investigação administrativa dos últimos reparos feitos no submarino, entre 2008 e 2014, que tiveram intenção de prolongar seu tempo de serviço.
Balbi afirmou que o "estado operacional" do submarino, que começou a navegar em 1985, foi devidamente documentado, adicionando que os documentos serão entregues à Justiça argentina assim que as buscas pelo submarino forem concluídas.
As suspeitas sobre o estado do submarino foram levantadas pelo diário argentino La Nación, que relatou irregularidades na compra de uma bateria quando o submarino foi consertado.
O jornal citou um relatório de 2015/16 do Ministério argentino da Defesa, dizendo que a Marinha não tinha cumprido as normas e padrões operacionais no procedimento de conserto e na compra das baterias para favorecer algumas empresas.
Fontes do governo disseram à publicação que o governo estava investigando "todos os processos no interior da Marinha", mas que a prioridade é encontrar o submarino.
Buscas intensas
A intensa busca pelo submarino ARA San Juan, com 44 tripulantes, não teve resultados ainda, 12 dias depois de seu desaparecimento no Atlântico Sul. A embarcação fez o último contato com sua base no dia 15 de novembro.
As expectativas agora se concentram na chegada à zona de operações de um mini-submarino americano e de um veículo submergível russo que pode descer até mil metros de profundidade no mar.
Enquanto isso, barcos e aviões continuam a rastrear, com sondas multiuso, a área onde se detectou uma explosão em 15 de novembro, poucas horas depois da última comunicação do submarino com a base e próximo à sua última posição conhecida.
Veículos aéreos, navais e logísticos argentinos e de outros 13 países participam das buscas, entre eles Estados Unidos, Rússia e Reino Unido. A Marinha destacou que está sendo realizada uma varredura do fundo do mar em uma área com um raio de 36 quilômetros, coincidente com a região onde se detectou a explosão.
Ao todo, 14 embarcações refazem a possível trajetória do submarino. Seis delas estão realizando uma "varredura lenta" da zona no interior do raio cujo centro é o local do registro da explosão.
O ARA San Juan navegava de Ushuaia, no extremo sul da Argentina, rumo ao seu posto na base naval de Mar del Plata, 400 quilômetros ao sul de Buenos Aires, com 44 tripulantes.
A Marinha não descarta a possibilidade de sobrevivência em "situação extrema". No entanto, o possível esgotamento do oxigênio dentro do submarino é um fator crítico nas buscas, uma vez que as reservas disponíveis na nave – sem ter subido à superfície desde o sumiço do submarino – poderiam ser suficientes para sete dias em média, dependendo da situação.
RK/dpa/efe
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