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Para garantir ritos da Páscoa, diocese colombiana doa hóstias para a Igreja da Venezuela

Mulher chora em procissão da semana santa, em Caracas - Ariana Cubillos/AP Photo
Mulher chora em procissão da semana santa, em Caracas Imagem: Ariana Cubillos/AP Photo

30/03/2018 06h40

Confecção de discos de pão consagrados em missas vem sofrendo com escassez de farinha de trigo no país caribenho. Entrega de 250 mil hóstias deve garantir celebrações da Semana Santa.

A grave crise econômica que castiga a Venezuela e provoca a escassez de produtos básicos ameaça até mesmo os ritos católicos de Páscoa. Diante da falta de matéria-prima, a diocese da cidade colombiana de Cúcuta anunciou a doação de 250 mil hóstias para a Igreja Católica da Venezuela para garantir as celebrações religiosas da Semana Santa.

A produção de hóstias na Venezuela vem sendo afetada pela falta de farinha de trigo, usada para a confecção dos pequenos discos de pão que são consagrados por sacerdotes católicos. A entrega foi realizada na quinta-feira (29/03) na ponte internacional de Simón Bolívar, um dos principais corredores rodoviários entre a Colômbia e a Venezuela.

"O objetivo é que neste momento da Semana Santa possam ser celebrados os ritos centrais da fé cristã", informou a diocese colombiana em um comunicado.

25.mar.2018 - Mulher segura cruz feita com folha de palmeira durante celebração da Semana Santa, em Caracas - Xinhua/Boris Vergara - Xinhua/Boris Vergara
Mulher segura cruz de folha de palmeira durante celebração da Semana Santa, em Caracas
Imagem: Xinhua/Boris Vergara


A falta de matéria-prima para a confecção de hóstias já levou padres venezuelanos a pedir aos fiéis que eles mesmos tragam bocados de pão para serem consagrados nas missas.

A decadência econômica do regime chavista tem provocado uma grave escassez de produtos básicos e medicamentos. Apesar de o Governo distribuir cestas de alimentos a preços subsidiados para famílias pobres, a população aponta que elas são insuficientes. Assim, os venezuelanos têm que recorrer a supermercados que também sofrem com a escassez de produtos ou ao mercado negro, onde os alimentos atingem preços proibitivos para a maior parte da população. O salário mínimo do país, por exemplo, só é suficiente para comprar 4,5 quilos de farinha.