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Brasil e Israel serão "irmãos no futuro", diz Bolsonaro

28/12/2018 17h35

Em encontro com premiê israelense, presidente eleito reafirma intenção de estreitar laços entre países. "Israel é a Terra Prometida, e o Brasil é a terra da promessa', disse Benjamin Netanyahu.O presidente eleito Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira (28/12) que Brasil e Israel devem ser "irmãos no futuro”, com parcerias em diversas áreas. "Aprofundamos mais um pouco as nossas intenções. Mais do que parcerias, queremos ser irmãos no futuro, na economia, em tecnologia, em tudo aquilo que possa trazer benefícios para os dois países”, disse.

As declarações foram feitas durante um encontro com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro.

O primeiro-ministro veio ao Brasil para a posse do presidente eleito, na próxima terça-feira (1º). Netanyahu é o primeiro premiê de Israel em exercício a visitar o Brasil desde a fundação do Estado judaico, em 1948.

"Começamos um governo difícil a partir de janeiro, mas o Brasil tem potencialidade, tem massa humana, como a formada em nosso ministério, para que possamos vencer esses obstáculos. Em parte, precisamos sim de bons aliados, bons amigos, bons irmãos, como Netanyahu", completou Bolsonaro durante o encontro.

Netanyahu chamou Bolsonaro de "amigo" e disse que a cooperação mútua entre os dois países pode trazer benefícios para as duas nações. "Israel é a terra prometida e Brasil é a terra da promessa. E o senhor se encabeça a boa gestão desse país para concretizar essa promessa. Israel quer ser parceiro do Brasil nessa empreitada. Entendemos que a nossa cooperação mútua pode render enormes benefícios aos nossos povos, na economia, na segurança, na agricultura, em recursos hídricos, indústria, em todas as esferas da atividade humana", disse.

O primeiro ministro anunciou que convidou o presidente eleito Jair Bolsonaro para visitar Israel para "avançarmos na cooperação e parceria". Bolsonaro aceitou o convite e disse que em março visitará o país junto com um comitiva para tratar de tecnologia, agricultura, piscicultura, segurança, forças armadas.

Um forte esquema de segurança marcou a chegada de Netanyahu, ao Forte de Copacabana, na zona sul do Rio. Além dos carros da comitiva, havia carros da Polícia Federal, uma ambulância do corpo de bombeiros e um veículo da Guarda Municipal.

Para a passagem da comitiva, o trajeto até o Forte provocou pequenas interrupções no tráfego. O mesmo foi feito pelos batedores que faziam a segurança ao redor dos carros da comitiva quando chegou na Rua Francisco Otaviano, próximo à entrada do Forte.

Os futuros ministros da Economia, Paulo Guedes; da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva; e das Relações Exteriores, Eduardo Araújo; também participaram do almoço com o primeiro-ministro e o presidente eleito.

Bolsonaro tem realizado uma aproximação com Israel desde a campanha. Ele também chegou a prometer que vai transferir a embaixada brasileira no país de Tel-Aviv para Jerusalém, a exemplo da iniciativa já tomada pelos Estados Unidos. O plano já provocou críticas de países árabes com os quais o Brasil mantém relações comerciais.

A visita também marca uma nova fase nas relações entre os dois países, que passaram por uma turbulência em 2014 quando o então governo Dilma Rousseff convocou o embaixador brasileiro em Israel em protesto contra ações militares israelenses na Faixa de Gaza. Logo depois do episódio, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel chamou o Brasil de "anão diplomático" e ironizou a derrota da seleção brasileira por 7 a 1 naquele ano.

Netanyahu desembarcou na final da manhã na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, para uma visita de cinco dias ao Brasil. O premiê de Israel foi recebido pelo prefeito da cidade, Marcelo Crivella, e pelo futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

No final da tarde, Netanyahu irá à sinagoga Beit Yaakov para a cerimônia religiosa do shabat. No domingo, ele se reúne com jornalistas, líderes da comunidade judaica e a organização Amigos Cristãos de Israel.

Na segunda-feira, segue para Brasília, onde acompanhará a posse de Bolsonaro no dia 1º de janeiro. Ele retorna para Israel na noite do dia 1º.

JPS/ab/ots

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