Militares venezuelanos desertam e pedem refúgio no Brasil
Sargentos da Guarda Nacional Bolivariana atravessaram a fronteira em Roraima após participarem da repressão do regime chavista contra manifestantes no sul da Venezuela.Dois militares venezuelanos desertaram na noite de sábado (23/02) e solicitaram refúgio em Pacaraima, no estado de Roraima, após cruzarem a fronteira entre a Venezuela e o Brasil.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, os dois militares são sargentos da Guarda Nacional Bolivariana, um dos quatro ramos das Forças Armadas da Venezuela. Eles entraram no Brasil desarmados, com as mãos para o alto.
Após entrarem no Brasil, os dois militares foram atendidos no centro de triagem da Operacao Acolhida, dirigida pelas Forças Armadas brasileiras e que é voltada a receber venezuelanos que fogem da crise social e econômica do país vizinho. No centro de acolhida, eles pediram refúgio. Os dois passaram a noite em um abrigo para refugiados em Pacaraima.
Segundo o canal Globo News, os dois relataram que participaram da repressão contra manifestantes na região de Santa Helena de Uairén, uma cidade venezuelana próxima de Pacaraima. Nos últimos três dias, pelo menos quatro pessoas morreram na região durante manifestações que foram duramente reprimidas pelo regime chavista. Mais de uma dezena de feridos foram levados para hospitais de Roraima.
Segundo autoridades brasileiras de Pacaraima, os dois desertores venezuelanos relataram que outros membros da Guarda Nacional também consideram fugir do país. Na quinta-feira, Nicolás Maduro determinou o fechamento da fronteira entre o Brasil e a Venezuela. Com a rota principal bloqueada, centenas de venezuelanos têm usado rotas ilegais na mata para chegar ao país vizinho.
Os dois sargentos são os dois os primeiros militares venezuelanos a desertarem para o Brasil. No sábado, pelo menos 60 militares venezuelanos, de diferentes ramos das Forças Armadas, fugiram para a Colômbia em maio a violentos episódios de repressão do regime contra membros da oposição que tentavam entrar na Venezuelacom carregamentos de ajuda humanitária.
Já na fronteira entre o Brasil e a Venezuela, dois veículos com auxílio foram bloqueados pelas tropas chavistas. Após os veículos retornarem a Pacaraima, dezenas de venezuelanos antichavistas que moram no lado brasileiro passaram a atirar pedras e coquetéis molotov nos militares venezuelanos. As tropas do regime responderam com bombas de gás lacrimogênio – várias atingiram o território brasileiro.
Após os episódios de violência, o governo brasileiro condenou a repressão e chamou Nicolás Maduro de "ditador”. "O governo do Brasil expressa sua condenação mais veemente aos atos de violência perpetrados pelo regime ilegítimo do ditador Nicolás Maduro, no dia 23 de fevereiro, nas fronteiras da Venezuela com o Brasil e com a Colômbia, que causaram várias vítimas fatais e dezenas de feridos", afirma a nota oficial.
"O uso da força contra o povo venezuelano, que anseia por receber a ajuda humanitária internacional, caracteriza, de forma definitiva, o caráter criminoso do regime Maduro. Trata-se de um brutal atentado aos direitos humanos, que nenhum princípio do direito internacional remotamente justifica e diante do qual nenhuma nação pode calar-se", completa o comunicado divulgado pelo Itamaraty.
JPS/ots
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De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, os dois militares são sargentos da Guarda Nacional Bolivariana, um dos quatro ramos das Forças Armadas da Venezuela. Eles entraram no Brasil desarmados, com as mãos para o alto.
Após entrarem no Brasil, os dois militares foram atendidos no centro de triagem da Operacao Acolhida, dirigida pelas Forças Armadas brasileiras e que é voltada a receber venezuelanos que fogem da crise social e econômica do país vizinho. No centro de acolhida, eles pediram refúgio. Os dois passaram a noite em um abrigo para refugiados em Pacaraima.
Segundo o canal Globo News, os dois relataram que participaram da repressão contra manifestantes na região de Santa Helena de Uairén, uma cidade venezuelana próxima de Pacaraima. Nos últimos três dias, pelo menos quatro pessoas morreram na região durante manifestações que foram duramente reprimidas pelo regime chavista. Mais de uma dezena de feridos foram levados para hospitais de Roraima.
Segundo autoridades brasileiras de Pacaraima, os dois desertores venezuelanos relataram que outros membros da Guarda Nacional também consideram fugir do país. Na quinta-feira, Nicolás Maduro determinou o fechamento da fronteira entre o Brasil e a Venezuela. Com a rota principal bloqueada, centenas de venezuelanos têm usado rotas ilegais na mata para chegar ao país vizinho.
Os dois sargentos são os dois os primeiros militares venezuelanos a desertarem para o Brasil. No sábado, pelo menos 60 militares venezuelanos, de diferentes ramos das Forças Armadas, fugiram para a Colômbia em maio a violentos episódios de repressão do regime contra membros da oposição que tentavam entrar na Venezuelacom carregamentos de ajuda humanitária.
Já na fronteira entre o Brasil e a Venezuela, dois veículos com auxílio foram bloqueados pelas tropas chavistas. Após os veículos retornarem a Pacaraima, dezenas de venezuelanos antichavistas que moram no lado brasileiro passaram a atirar pedras e coquetéis molotov nos militares venezuelanos. As tropas do regime responderam com bombas de gás lacrimogênio – várias atingiram o território brasileiro.
Após os episódios de violência, o governo brasileiro condenou a repressão e chamou Nicolás Maduro de "ditador”. "O governo do Brasil expressa sua condenação mais veemente aos atos de violência perpetrados pelo regime ilegítimo do ditador Nicolás Maduro, no dia 23 de fevereiro, nas fronteiras da Venezuela com o Brasil e com a Colômbia, que causaram várias vítimas fatais e dezenas de feridos", afirma a nota oficial.
"O uso da força contra o povo venezuelano, que anseia por receber a ajuda humanitária internacional, caracteriza, de forma definitiva, o caráter criminoso do regime Maduro. Trata-se de um brutal atentado aos direitos humanos, que nenhum princípio do direito internacional remotamente justifica e diante do qual nenhuma nação pode calar-se", completa o comunicado divulgado pelo Itamaraty.
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