Rússia acusa Ucrânia de atacar Kremlin com drones
Rússia acusa Ucrânia de atacar Kremlin com drones - Moscou afirma que Kiev teria tentado matar Vladimir Putin, enquanto governo ucraniano nega veementemente suposto ataque. Alegação não pôde ser verificada de forma independente.A Rússia acusou nesta quarta-feira (03/05) a Ucrânia de conduzir um ataque com dois drones contra o Kremlin em uma suposta tentativa frustada para assassinar o presidente russo, Vladimir Putin, uma alegação que não pôde ser confirmada por fontes independentes.
Autoridades russas disseram que Putin não estava no Kremlin no momento do suposto ataque.
A Ucrânia afirmou não ter "nenhuma relação" com o suposto ataque. "A Ucrânia não ataca o Kremlin porque, em primeiro lugar, isso não resolve nenhum objetivo militar", disse o porta-voz presidencial ucraniano, Mikhaylo Podolyak.
Analistas receiam que a Rússia possa usar o suposto ataque para justificar um aumento da ação militar na sua guerra na Ucrânia.
Qual é a acusação do Kremlin?
O gabinete presidencial russo disse em um comunicado que interceptou dois drones enviados para atacar o Kremlin e que, como "resultado de ações rápidas tomadas pelos militares e serviços especiais com o uso de sistemas militares de radar, os dispositivos foram neutralizados".
O Kremlin não forneceu evidências do incidente relatado, e a declaração com as acusações não incluiu detalhes sobre o suposto ataque. Também não houve explicação imediata para o motivo de ter levado mais de 12 horas para o suposto incidente ser informado ao público.
O texto acrescentou que a Rússia se reserva o direito de retaliar, sugerindo que poderia usar isso para justificar uma escalada na guerra na Ucrânia.
A agência de notícias estatal RIA informou que Putin não estava no Kremlin no momento, mas trabalhando em sua residência Novo Ogaryovo, nos arredores de Moscou.
Um vídeo que circula na Internet parece mostrar um objeto voador se aproximando do Kremlin e explodindo pouco antes de chegar a uma das cúpulas do edifício. O vídeo foi postado por um canal do Telegram que tem vínculos com as autoridades de segurança da Rússia.
Outro vídeo parece mostrar uma nuvem de fumaça sobre o Kremlin. Os vídeos não puderam ser verificados de forma independente.
Qual foi a resposta de Kiev?
Autoridades ucranianas negaram a acusação russa, e um conselheiro sênior do presidente Volodimir Zelenski disse que as alegações indicavam que Moscou estaria preparando uma grande "provocação terrorista".
As alegações provavelmente forneceriam um pretexto para a Rússia "justificar ataques maciços às cidades ucranianas, à população civil e às instalações de infraestrutura" nos próximos dias, disse o conselheiro presidencial Mijkhailo Podolyak.
Zelenski também negou envolvimento, dizendo: "Não atacamos Putin ou Moscou. Lutamos em nosso território. Estamos defendendo nossas vilas e cidades".
Os Estados Unidos disseram que estão analisando as alegações da Rússia. "Ainda estamos tentando validar essas informações", disse uma autoridade dos EUA à agência de notícias Reuters, falando sob condição de anonimato. "Se houve algo, não houve nenhum aviso". O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, indicou que estava cético em relação às acusações.
Rússia reforça segurança antes do Dia da Vitória
A RIA disse que o Kremlin "avaliou essas ações como um ato terrorista planejado e uma tentativa de assassinato contra o presidente na véspera do Dia da Vitória, o desfile de 9 de maio".
O Dia da Vitória celebra o papel da União Soviética na derrota da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, e é marcado por um desfile militar em Moscou. Espera-se que autoridades estrangeiras participem do evento.
Pouco antes da divulgação da notícia sobre o suposto ataque, o prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, proibiu o uso de drones na capital russa, com exceção daqueles operados pelas autoridades.
Sobyanin não apresentou um motivo para a proibição, dizendo que ela impediria "o uso ilegal de drones que possam atrapalhar o trabalho de aplicação da lei".
Moscou tem a ganhar com o suposto ataque de drones ao Kremlin pelo qual culpou a Ucrânia, disse Jennifer Palke, correspondente da DW em Riga, na Letônia.
Palke disse ainda que moradores próximos ao Kremlin teriam ouvido um barulho que parecia uma explosão e visto um clarão no céu, antes de verem "pessoas com lanternas nos muros de Kremlin", mas que a explosão não pôde ser verificada de forma independente.
Ucranianos se preparam para possível ataque russo
O correspondente da DW na Ucrânia, Nick Connolly, disse que muitos moradores de Kiev estão se preparando para uma possível intensificação dos ataques russos.
Connolly acrescentou que alguns acreditam que a alegação sobre os drones foi "uma operação de falsa bandeira planejada pela Rússia para justificar novos ataques à Ucrânia ou a civis na Ucrânia". Ele relatou um alerta de ataque aéreo em toda a Ucrânia, em antecipação a uma possível retaliação de Moscou.
Connolly apontou também uma diferença entre esse suposto ataque e os ataques anteriores de drones ucranianos em áreas controladas pela Rússia, já que estes tiveram alvos militares e logísticos. Ele também observou que os locais dos ataques anteriores eram muito mais acessíveis a Kiev.
"Muitas imagens têm circulado nos últimos meses de unidades de defesa antiaérea em Moscou", disse Connolly. "Portanto, se for verdade, é extraordinário que a Ucrânia tenha conseguido lançar armas desse tipo a partir do território ucraniano e levá-las até o Kremlin, que fica no centro de Moscou."
bl (Reuters, AP)
Autoridades russas disseram que Putin não estava no Kremlin no momento do suposto ataque.
A Ucrânia afirmou não ter "nenhuma relação" com o suposto ataque. "A Ucrânia não ataca o Kremlin porque, em primeiro lugar, isso não resolve nenhum objetivo militar", disse o porta-voz presidencial ucraniano, Mikhaylo Podolyak.
Analistas receiam que a Rússia possa usar o suposto ataque para justificar um aumento da ação militar na sua guerra na Ucrânia.
Qual é a acusação do Kremlin?
O gabinete presidencial russo disse em um comunicado que interceptou dois drones enviados para atacar o Kremlin e que, como "resultado de ações rápidas tomadas pelos militares e serviços especiais com o uso de sistemas militares de radar, os dispositivos foram neutralizados".
O Kremlin não forneceu evidências do incidente relatado, e a declaração com as acusações não incluiu detalhes sobre o suposto ataque. Também não houve explicação imediata para o motivo de ter levado mais de 12 horas para o suposto incidente ser informado ao público.
O texto acrescentou que a Rússia se reserva o direito de retaliar, sugerindo que poderia usar isso para justificar uma escalada na guerra na Ucrânia.
A agência de notícias estatal RIA informou que Putin não estava no Kremlin no momento, mas trabalhando em sua residência Novo Ogaryovo, nos arredores de Moscou.
Um vídeo que circula na Internet parece mostrar um objeto voador se aproximando do Kremlin e explodindo pouco antes de chegar a uma das cúpulas do edifício. O vídeo foi postado por um canal do Telegram que tem vínculos com as autoridades de segurança da Rússia.
Outro vídeo parece mostrar uma nuvem de fumaça sobre o Kremlin. Os vídeos não puderam ser verificados de forma independente.
Qual foi a resposta de Kiev?
Autoridades ucranianas negaram a acusação russa, e um conselheiro sênior do presidente Volodimir Zelenski disse que as alegações indicavam que Moscou estaria preparando uma grande "provocação terrorista".
As alegações provavelmente forneceriam um pretexto para a Rússia "justificar ataques maciços às cidades ucranianas, à população civil e às instalações de infraestrutura" nos próximos dias, disse o conselheiro presidencial Mijkhailo Podolyak.
Zelenski também negou envolvimento, dizendo: "Não atacamos Putin ou Moscou. Lutamos em nosso território. Estamos defendendo nossas vilas e cidades".
Os Estados Unidos disseram que estão analisando as alegações da Rússia. "Ainda estamos tentando validar essas informações", disse uma autoridade dos EUA à agência de notícias Reuters, falando sob condição de anonimato. "Se houve algo, não houve nenhum aviso". O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, indicou que estava cético em relação às acusações.
Rússia reforça segurança antes do Dia da Vitória
A RIA disse que o Kremlin "avaliou essas ações como um ato terrorista planejado e uma tentativa de assassinato contra o presidente na véspera do Dia da Vitória, o desfile de 9 de maio".
O Dia da Vitória celebra o papel da União Soviética na derrota da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, e é marcado por um desfile militar em Moscou. Espera-se que autoridades estrangeiras participem do evento.
Pouco antes da divulgação da notícia sobre o suposto ataque, o prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, proibiu o uso de drones na capital russa, com exceção daqueles operados pelas autoridades.
Sobyanin não apresentou um motivo para a proibição, dizendo que ela impediria "o uso ilegal de drones que possam atrapalhar o trabalho de aplicação da lei".
Moscou tem a ganhar com o suposto ataque de drones ao Kremlin pelo qual culpou a Ucrânia, disse Jennifer Palke, correspondente da DW em Riga, na Letônia.
Palke disse ainda que moradores próximos ao Kremlin teriam ouvido um barulho que parecia uma explosão e visto um clarão no céu, antes de verem "pessoas com lanternas nos muros de Kremlin", mas que a explosão não pôde ser verificada de forma independente.
Ucranianos se preparam para possível ataque russo
O correspondente da DW na Ucrânia, Nick Connolly, disse que muitos moradores de Kiev estão se preparando para uma possível intensificação dos ataques russos.
Connolly acrescentou que alguns acreditam que a alegação sobre os drones foi "uma operação de falsa bandeira planejada pela Rússia para justificar novos ataques à Ucrânia ou a civis na Ucrânia". Ele relatou um alerta de ataque aéreo em toda a Ucrânia, em antecipação a uma possível retaliação de Moscou.
Connolly apontou também uma diferença entre esse suposto ataque e os ataques anteriores de drones ucranianos em áreas controladas pela Rússia, já que estes tiveram alvos militares e logísticos. Ele também observou que os locais dos ataques anteriores eram muito mais acessíveis a Kiev.
"Muitas imagens têm circulado nos últimos meses de unidades de defesa antiaérea em Moscou", disse Connolly. "Portanto, se for verdade, é extraordinário que a Ucrânia tenha conseguido lançar armas desse tipo a partir do território ucraniano e levá-las até o Kremlin, que fica no centro de Moscou."
bl (Reuters, AP)
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