Após 'explosão' de janela, Boeing descobre nova falha e recolhe 50 aeronaves
A saga de problemas da Boeing com o modelo 737 parece estar longe do fim. Um fornecedor da fabricante de aviões Boeing americana teria cometido uma falha na perfuração de dois buracos na fuselagem de aeronaves do tipo 737 MAX. As perfurações teriam sido realizadas fora dos padrões determinados pela empresa, segundo informou a própria Boeing.
O defeito teria sido constatado em cerca de 50 aeronaves que ainda não foram entregues ao mercado de aviação e, portanto, a Boeing alega que não há risco.
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Modelo popular na aviação comercial, o 737 MAX voltou ao noticiário depois que uma peça da fuselagem de um desses aviões se desprendeu em pleno voo nos Estados Unidos no início de janeiro, causando um rombo na aeronave e forçando a realização de um pouso de emergência. Uma das janelas da aeronave "explodiu".
O acidente, que não teve vítimas, levou à suspensão por três semanas do modelo 737 Max 9 pela agência americana reguladora, a Administração Federal de Aviação (FAA). A medida afetou mais de 170 aviões.
Outras falhas
Não é a primeira vez que a fornecedora Spirit Aerosystems registra problemas do tipo junto à Boeing. No ano passado, a entrega de aviões 737 teve que ser suspensa também por falhas na perfuração de centenas de buracos na fuselagem - mais precisamente, na antepara de pressão traseira, barreira que sela os fundos da aeronave.
Antes, no início de 2023, a Spirit Aerosystems também foi responsabilizada por problemas na cauda de quase 170 novas aeronaves 737 MAX, especificamente na conexão entre a fuselagem e a barbatana, também conhecida como estabilizador vertical.
Em 2018 e 2019, dois acidentes em um intervalo de seis meses com aeronaves Boeing 737 MAX 8 deixaram todos os 346 passageiros e tripulantes mortos, gerando uma crise na empresa e desencadeando as maiores perdas da história da companhia.
O primeiro acidente ocorreu em outubro de 2018, em um voo da Lion Air saído de Jacarta, na Indonésia, que caiu no mar minutos após a decolagem. O segundo acidente, em março de 2019, ocorreu imediatamente após a decolagem em Adis Abeba, Etiópia, em um voo operado pela Ethiopian Airlines.
Em 2020, um relatório do Congresso dos Estados Unidos apontou "falhas de design e uma cultura de acobertamento" na companhia, bem como falhas por parte da agência reguladora de aviação americana, a FAA.